DESPORTO UNIVERSITÁRIO: ASPECTOS QUE INTERFEREM NA PRÁTICA REGULAR DO HANDEBOL FEMININO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Resumo

A partir das postulações teóricas a respeito do campo esportivo proposta pelo sociólogo Pierre Bourdieu, refletimos sobre o espaço social que permeia o esporte, compreendemos as práticas esportivas como campo social, sendo necessárias determinadas condições sociais que permitam que os agentes sociais se apropriem do esporte. Deste modo, o presente trabalho partiu do interesse de investigar os aspectos que podem interferir de maneira positiva ou negativa, na prática regular do handebol feminino na Universidade Federal do Ceará – UFC. Para isso, foram realizadas rodas de conversas, debates, relatos e trocas de experiências, na tentativa de identificar esses aspectos. Como resultados, identificamos as condições que produzem o contexto social da prática desportiva dentro da universidade: a condição socioeconômica, a própria formação acadêmica, a carga horária de estudos e até mesmo o horário das aulas que, no caso das alunas de cursos noturnos, muitas vezes coincide com o horário dos treinamentos, são apenas alguns dos aspectos encontrados. Destacamos também que boa parte das atletas que não tiveram um treinamento de base na escola, que não possuem muitos anos de prática e aprenderam a jogar na própria universidade, e a consequência negativa disso pode ser percebida quando a equipe de handebol feminino da UFC precisa competir com equipes de instituições privadas que são compostas por atletas de alto rendimento. Como aspecto positivo, destacamos a bolsa de incentivo ao desporto que, segundo as próprias atletas, incentiva e facilita a participação e dedicação aos treinamentos. Assim, podemos afirmar que as atletas encontram mais aspectos que dificultam a prática regular do esporte e o ato de competir não se restringe ao momento dentro de quadra, já que precisam competir com as próprias adversidades do contexto social em que se encontram para realizar a prática desportiva.