MEMÓRIA DE LUTAS E TINTAS: DIVERGÊNCIAS SOBRE O MOVIMENTO DE CANUDOS

Resumo

O presente trabalho surgiu a partir da experiência obtida em uma comunicação de pesquisa proposto na disciplina de Lugares de Memória e Ensino de História, ofertada para o terceiro semestre do curso de Licenciatura em História, e tem por objetivo repensar o processo de rememoração do movimento de Canudos a partir da construção de discursos presentes na exposição composta por obras de Descartes Gadelha, situada no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará – MAUC – a fim de se pensar o museu como uma potencialidade educativa,trabalhar-se-á a exposição sobre Canudos não somente como um objeto de representação da memória, mas também como instrumento pedagógico que possibilita a problemática e o pensamento crítico sobre o tema, uma vez que a instituição museológica pode apresentar-se como um campo de disputas em torno do que se pretende lembrar ou esquecer. A pesquisa se deu através de visitas à exposição, que se constituíram em análises não somente historiográficas, mas também estruturais; além disso, fora utilizado um levantamento bibliográfico, em que foi trabalhado autores como Michael Pollack e Durval Muniz a fim de se pensar a relação entre história e memória, além de análises de obras que permitiram uma elucidação sobre propostas contemporâneas de revisões historiográficas acerca do tema, e também possibilitou atrelar problemáticas semelhantes da atualidade com esse contexto histórico. O museu, finalmente, apresenta sua funcionalidade pedagógica, além da memorialística e histórica, possibilitando assim as instrumentações e práticas de ensino de um professor, em especial um de História, que poderá tornar mais complexa a aula sobre determinado tema com a problemática trazida por uma exposição, que tem como base um assunto que se liga ao abordado pelo professor. Sendo assim, ao aluno é apresentando uma nova forma de se inserir na problemática, localizar seu lugar nessa via de comunicação entre museu e sala de aula.