ESTRATÉGIAS DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO: OS PROGRAMAS DE CISTERNAS NO ASSENTAMENTO VIDA NOVA – ARAGÃO, EM MIRAÍMA (CE).

Resumo

O Programa Residência Agrária (PRA), através do PET Agrárias-Conexão de Saberes tem como proposta a formação acadêmica centrada na realidade do campo, através de visitas técnicas e estágios de vivências em assentamentos no Ceará. Esse trabalho tem como objetivo relatar a convivência no semiárido a partir de tecnologias apropriadas. Utilizou-se a visita/vivência no assentamento, observação livre, entrevistas as famílias em sua residência e o diário de campo como registro. Localizado no município de Miraíma, o Assentamento Vida Nova-Aragão foi fundado em 1995. Atualmente, tem 46 famílias residentes, dentre elas 28 assentadas e 18 agregadas, o assentamento possui renda prioritária proveniente da extração da carnaúba. Há quintais produtivos, com cultivo de milho, feijão, hortaliças e frutíferas, além da produção animal (galinha, gado, cabra e ovelha), todos utilizados para venda e consumo próprio. Como Miraíma se encontra no semiárido brasileiro, a região passa por baixos índices pluviométricos e constantes secas. Para minimizar a situação, foram instaladas, em 2005, as primeiras tecnologias de armazenamento de água, provenientes do “Programa Um Milhão de Cisternas” (P1MC), através do INCRA, para os 28 assentados. Esta tecnologia é usada para armazenar 16 mil litros de água destinada apenas para beber e cozer alimentos. Em 2011, uma parceria do Governo Federal com a Articulação do Semiárido (ASA), através do “Programa Uma Terra, Duas Águas” (P1+2) implementou outras 15 tecnologias, onde três são barreiros-trincheira, sete cisternas-calçadão, quatro cisternas-enxurradas e uma barragem subterrânea, sendo todas estas destinadas a captação de água para o uso doméstico e agrícola. As tecnologias relacionadas às estratégias de convivência com a seca estão se tornando mais presente no cotidiano de muitos/as agricultores/as familiares e impactam diretamente numa maior produção agrícola com base num desenvolvimento rural sustentável e na manutenção do homem no campo.