PLANEJAMENTO URBANO INSURGENTE

Resumo

O trabalho descreve atividades de pesquisa do PET-Arquitetura dentro do projeto colaborativo entre a UIUC e a UFC intitulado “Statute of the City and Urban Inclusion: Study of Formal Planning and Citizens’ Informal Insurgent Practices in Fortaleza, Brazil”. Os bolsistas realizaram encontros semanais afim de revisar a literatura sobre o conceito de Planejamento Insurgente. A internacionalização do tema trouxe uma percepção mais ampla do assunto ao compararmos a estrutura brasileira à de outros países, trazendo à tona a importância de um Estado efetivo para um planejamento efetivo. Assim, a compreensão de componentes estruturantes do planejamento nos volta para o Estado. No caso brasileiro, percebemos que a lógica do mercado pautada no lucro comumente entra em conflito com as necessidades da comunidade. Perante isso, o dever do Estado seria representar o interesse dessas classes de forma a assegurar um crescimento mais igualitário. No entanto, a estrutura do Estado não permite um real confronto com a demanda do Mercado tendo em vista sua história classicista, ao lembrarmos que há muito tempo os membros desses se confundem mantendo muitas vezes a representação apenas dos interesses de classes superiores. Dessa forma, pela fraqueza do Estado perante o Mercado, torna-se cada vez mais perceptível a necessidade das organizações comunitárias que se estruturam fora da lógica estatal.  Dentre os elementos de entendimento de um urbanismo tradicional que, além de atividade técnica, engloba prática política torna-se necessária a compreensão de elementos como a esfera pública, a democracia, a cidadania, a representação e o Estado; já o conceito de insurgência e autonomia trarão um aprofundamento nesse planejamento específico. Dessa forma, a atividade permitiu um aprofundamento da teoria do planejamento insurgente que requer uma abordagem interdisciplinar do urbanismo, incluindo viés histórico, político, econômico e filosófico.