SUSTENTABILIDADE SOCIAL: RELAÇÕES DE TRABALHO NO SETOR DE CONFECÇÃO EM FORTALEZA

Resumo

O artigo aborda a relação entre moda e sustentabilidade, com foco em seu aspecto social, tendo como objetivo principal investigar como é a rotina de trabalho das costureiras de determinada empresa de confecção de fast fashion em Fortaleza, observando se o pilar social da sustentabilidade é praticado lá dentro, além de verificar se as costureiras consideram justa a rotina de trabalho em troca do salário que recebem. A pesquisa bibliográfica foi a primeira metodologia aplicada, sendo complementada por uma entrevista semiestruturada com uma das funcionárias da empresa e pela metodologia de história de vida. Entende-se a sustentabilidade se apoia em três pilares: ambiental, econômico e social. Para alcançarmos a sustentabilidade completa, os três pilares supracitados devem ser cumpridos. Sendo que a sustentabilidade social se mede pela capacidade de incluir a todos e garantir-lhes os meios de uma vida suficiente e decente. O pilar social ainda não é o primeiro pensamento a se ter quando tratamos de sustentabilidade. Tendo em vista a realidade da produção em larga escala, no caso, o fast fashion, propõem-se o máximo de esforço do funcionário, pelo mínimo valor possível a ser pago por sua mão de obra. Foi notada a presença de funcionários de classes baixas — principalmente mulheres, por estarem em situação ainda mais vulnerável, tendo menos arbítrio e poder aquisitivo, estando altamente suscetíveis a violência —, que necessitam do emprego como fonte de renda com salários modestos e donos de empresa lucrando em cima da exploração desse trabalho. Através da fala da entrevistada, foi possível concluir que na empresa determinada não há a prática da sustentabilidade social, visto que os funcionários estão expostos a desconfortos físicos e abusos psicológicos, além de receberem um salário relativamente baixo.