O VAZIO, O VESTIDO, O VEADO

Resumo

O projeto surge como um questionamento sobre o vazio, um olhar para as memórias de um garoto que se vê fora de uma caixa, com um rótulo, um padrão imposto pelo seu entorno, criando possibilidades de passear por lembranças que constroem um novo/outro eu. Esse processo reconstitui um universo que remete a um cabaré musical, onde o eu, algumas vezes, transita pelo ser homem feminino (veado) quebrando esse feminino, num exercício de rompimento de caixas, que abrem outras... O vestido usado é um instrumento de ligação com um ser feminino, um dispositivo de imagem que liberta um corpo vestido por ele. Mas, desse modo, não seria sair de uma caixa para entrar em outra? Seria esse mais um novo pensamento para nos vestirmos? E é aí que o ser homem gay é convidado a se perceber como um outro caminho, sem deixar o que temos de história no passado, mas ser um elemento de construção para um outro eu, que brinca com essa vontade de ser um pequeno/grande universo. Em março, iniciaram os encontros semanais com os sete participantes do projeto. Tais encontros aconteceram para discutir, em roda de conversa, o tema, buscando modos de tecê-lo no/com o corpo e o movimento. Um trabalho técnico corporal também foi e está sendo realizado durante esses encontros, no Instituto de Cultura e Arte (ICA) e também fora dele, propondo uma viagem pessoal de construção de corpos e espaços. Assim, criamos e apresentamos no ICA, no TU, nos equipamentos culturais Galpão da Vila (Fortaleza) e Galpão da Cena (Itapipoca) um solo de dança intitulado O Veado, articulado aos questionamentos do projeto, como seu resultado parcial, visto que ainda prevê o desdobramento dessa composição artística, abrangendo mais três performers/dançarinos. Nos Encontros Universitários, será apresentado o solo O Veado, pelo bolsista do projeto. O local mais apropriado para a apresentação seria um dos laboratórios de corpo do ICA. Serão necessários caixa de som, computador, projetor, quatro refletores e mesa de luz.