A AFETIVIDADE COMO VIVÊNCIA DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO: UM DIÁLOGO ENTRE PAULO FREIRE, BELL HOOKS E WALTER BENJAMIN

Autores/as

  • Lia Freitas Oliveira
  • Hildemar Luiz Rech

Resumen

Qual o lugar da afetividade na sala de aula? Nossas práticas pedagógicas em meios institucionais reproduzem modelos centralizadores pautados em uma racionalidade fria e cristalizada, que não se entrelaça nem com a realidade para além dos muros das instituições de ensino, nem mesmo com qualquer experiência subjetiva dos estudantes. A cultura da disciplina regulamenta figuras de autoridade e relega aos estudantes o comportamento de passividade. A autoridade do professor, portanto, se sustenta num distanciamento entre ele e o estudante e a aprendizagem se estabelece sem um propósito real, mas apenas abstrato. Nesse contexto, portanto, não há uma produção de conhecimento, mas apenas a reprodução mecânica de saberes úteis à estrutura socioeconômica que estabelece tais relações na sala de aula. Diante dessa problemática, o presente trabalho procura estabelecer um diálogo entre Walter Benjamin, Paulo Freire e bell hooks, pensando a relação entre educação democrática e afetividade, afinal a experiência democrática demanda um exercício do diálogo que é difícil de encontrar quando não há envolvimento afetivo. Discutir a afetividade no sentido de um envolvimento direto, consciente e corporal com o processo de ensino e aprendizagem é algo fundamental para que possamos criar sentidos vivenciais, que se traduzem em hábitos e práticas reais. O componente estrutural do capitalismo mina o caráter de criatividade e liberdade em muitos aspectos da vida, principalmente no ambiente do ensino institucional. Porém, onde há conhecimento é possível que haja engajamento. Por isso, mesmo o momento da aula sendo um instante muito pequeno e pontual, ainda é muito eficaz quando há um empenho que transgrida tal lógica. É preciso pensar, à revelia de todas as condições paralisantes, o que as ações dos educadores ainda têm de potente diante dessa situação, a fim de despertar uma afetividade democrática e transformadora.

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Publicado

2021-01-01

Cómo citar

Freitas Oliveira, L., & Luiz Rech, H. (2021). A AFETIVIDADE COMO VIVÊNCIA DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO: UM DIÁLOGO ENTRE PAULO FREIRE, BELL HOOKS E WALTER BENJAMIN. Encontros Universitários Da UFC, 6(3), 1875. Recuperado a partir de https://www.periodicos.ufc.br/eu/article/view/74998

Número

Sección

XIV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação