ENTRE O MEDO E O FASCÍNIO: TELEVISÃO E FORMAÇÃO DA CRÍTICA TELEVISIVA NA IMPRENSA (1964-1982)

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar historicamente a construção da crítica televisiva publicada em jornais durantes os anos 1964 a 1982. Os cadernos utilizados são Caderno B (Jornal do Brasil), Revista UH (Última Hora), Segundo Caderno (Tribuna da Imprensa) e Cartazes da Cidade (Diário Carioca). Fontes secundárias serão utilizadas como cadernos literários: Suplemento Literário (Estado de S. Paulo), Pensamento e Arte (Correio Paulistano), assim como jornais alternativa tais como Movimento e Opinião. Durante os anos ditatoriais, a televisão se tornou um projeto de modernização-conservadora autoritária na busca da integração nacional como pretensão do regime militar. Diante disso, a televisão como instrumento chamou atenção de setores entre o institucional e o civil, assim como intelectuais de setores da esquerda. Por isso, a pesquisa objetiva discutir a construção de um campo intelectual sobre televisão no Brasil, relacionando ao processo de modernização dos circuitos de comunicação e da ascensão de uma "Indústria cultural". Dentre os principais periódicos que iremos utilizar, destacamos as trajetórias dos seguintes críticos: Fausto Wolff, crítico de teatro e dramaturgo, escreve para o Caderno B (JB) entre 1964 a 1968 sobre TV, para o Segundo Caderno (TI) sobre teatro entre 1962 a 1968, e depois colabora com O Pasquim, um dos jornais alternativos de esquerda e notável pelo uso da sátira como crítica à ditadura, durante os anos 1970; Reynaldo Jardim, poeta, criador do Suplemento Dominical (JB) e Caderno B (JB) em 1956, assim como criador de jornais alternativos, como Poder Jovem em 1967 e O Sol em 1968, escreve para o DC entre 1964 a 1965; Ivan Lessa, jornalista, literato, escreve para o Revista UH (UH) entre 2 de janeiro de 1965 a 24 de abril do mesmo ano, e também colaborou com O Pasquim na década de 1970.