MARK TWAIN E OS BOY - BOOKS: OUTROS ESPAÇOS DA INFÂNCIA EM SUAS REESCRITURAS NA LITERATURA E NO CINEMA.

Resumen

A presente pesquisa tem como objetivo investigar a reescritura do universo literário infantil de Mark Twain na literatura e no cinema por meio de sua trilogia de romances reconhecidos como boy-books: "As aventuras de Tom Sawyer" (1876), "O Príncipe e o Mendigo" (1882) e "As aventuras de Huckleberry Finn" (1885). No processo de adaptação cinematográfica das obras de Twain, se destacam o estilo de produção dos tradutores/film-makers e o conceito de criança inerente ao contexto histórico, social e cultural de cada texto fílmico. Portanto, analisaremos algumas estratégias de tradução exploradas na criação da imagem literária infantil de Twain para os novos públicos, discutindo, em cada narrativa, questões sobre os espaços da criança inseridos nas relações conceituais de moralidade, gênero, política, religião, sexualidade, educação e família. Entre exemplos de problemáticas encontradas na obra literária, tem-se atos de violência sofridas e presenciadas pelas crianças personagens, a imposição ideológia sobre escravidão , religião e maneiras de comportamento, além de fatos em que essas personagens se desvirtuam dos modos esperados pelos adultos que as cercam. A análise será fundamentada na ideia de reescritura por Lefevere (1992), como um tipo de tradução, na concepção de tradução pelos Estudos Descritivos de Toury (1995) e pela teoria dos polissistemas de Even-Zohar (1990), por aspectos teóricos da psicologia e da sociologia que propõem conceituar o ser criança, como em Áries (1981), Redin (1998) e Postman (1999) e, ainda, pressupostos da literatura infantil e suas interrelações com o cinema por Hunt (2005) e Bloom (2006).