MULHERES UNIDAS CONTRA BOLSONARO: UM OLHAR A PARTIR DA COMUNICAÇÃO

Abstract

No dia 31 de agosto de 2018, Ludimilla Teixeira, publicitária brasileira, criou, no Facebook, um grupo chamado “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” com o intuito de reunir mulheres que rejeitavam a candidatura de Jair Bolsonaro, então candidato à presidência do Brasil, por suas ações e posturas misóginas e antidemocráticas. Poucos dias depois, o grupo reuniu mais de 1 milhão de participantes e no dia 29 de setembro de 2018 levou às ruas de diversas cidades do Brasil e do mundo mulheres entoando os gritos de “Ele Não!”, frase que viralizou por meio de uma hashtag e demonstrava reprovação ao supracitado candidato. Nesse contexto, nosso interesse está em investigar as dinâmicas de ciberativismo (Castells, 2017) em comunidades virtuais (Recuero, 2009) para aprofundarmos as reflexões sobre o objeto. Ainda no que diz respeito às dinâmicas do ciberespaço (Levy, 1997), identificamos que o movimento enquadra-se como uma rede de ação conectiva (BENNET, SEGERBERG, 2012), na qual as mídias digitais desempenham papel determinante na lógica de funcionamento com frames de ação personalizáveis. Além disso, o movimento possui forte associação com os feminismos de quarta onda (COSTA, 2018), que se caracterizam por, dentre outros fatores, usarem as redes sociais como fonte de organização e disseminação (BIROLI, 2018). Dessa forma, com uma análise feita por meio da revisão bibliográfica, nosso objetivo é compreender o fenômeno do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” por meio dos estudos da área da comunicação social que englobam as redes sociais.