O DESMONTE DA MÁQUINA-CINEMA: PEDRO COSTA E A ESTÉTICA DO RESIDUAL
Resumo
Ao termino de seu filme Ossos (1997), rodado em Fontainhas, gueto lisboeta de cabo-verdianos, Pedro Costa percebe-se afetado por suas experiências no bairro e vê suas afetações não se concretizarem em suas imagens. Pelo que se evidencia por suas futuras tomadas de posição – que criam uma ruptura em seu modo de se relacionar com os objetos e corpos filmados –, entre Costa e o fenômeno “Fontainhas” havia a máquina-cinema: um poder maquínico que regula e desregula corpos e fenômenos e os recompõem num regime de imagens incapaz de dar forma visual às realidades residuais. Segundo um vasto número de pesquisadores – Comolli, Deleuze, Agamben, Vilém Flusser, etc. – as tecnologias de poder, e aqui ressaltamos os dispositivos midiático-imagéticos, administram a produção simbólica de uma realidade determinada, e têm por estratégia produzir subjetividades subservientes (ou dessubjetivações) em proveito de um determinado projeto político. Mas em que medida seria possível constatar esse dado poder de produção, controle e administração, executado por dispositivos imagéticos, na filmografia de Pedro Costa? Apostamos que Costa, sobretudo em Juventude em marcha (2006), ao estabelecer um método político-estético para um subversivo regime de imagens, sua estética do residual, agenciará uma série de estratégias para efetuar um desmonte – ao menos uma remontagem – da máquina-cinema, ou como propõe Vilém Flusser, inserir novas informações na caixa preta das imagens.Downloads
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Publicado
2021-01-01
Como Citar
LeitÃo Aguiar, D., & Goncalves dos Reis Filho, O. (2021). O DESMONTE DA MÁQUINA-CINEMA: PEDRO COSTA E A ESTÉTICA DO RESIDUAL. Encontros Universitários Da UFC, 6(3), 2243. Recuperado de https://www.periodicos.ufc.br/eu/article/view/75366
Edição
Seção
XIV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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