RELAÇÕES ENTRE RACIONALIDADE INSTRUMENTAL E INDÚSTRIA CULTURAL NA ERA TECNOLÓGICA

Abstract

O presente trabalho realiza uma análise das relações entre o conceito de racionalidade instrumental e o fenômeno da indústria cultural no cenário da sociedade capitalista. Tais conceitos foram cunhados dentro da pesquisa social empreendida pelos teóricos da Escola de Frankfurt como forma de entender por quais meios o capitalismo consolidava sua hegemonia. A indústria cultural seria um desses meios ao atuar pela captura da subjetividade, o que facilitava o exercício do controle e resultava na reificação. O objetivo de nosso estudo é entender a articulação que se estabelece entre a racionalidade de cunho técnico instrumental e o fenômeno da indústria cultural. Para isso, empregamos uma metodologia teórica, com base em análise bibliográfica na qual tomamos por base as obras Dialética do Esclarecimento, escrito por Theodor Adorno e Max Horkheimer, e textos de pesquisadores que atualizam o conceito de indústria cultural a partir dos novos desdobramentos que o referido fenômeno incorpora na sociedade cada vez mais tecnológica, como, por exemplo, o artigo Big Data, exploração ubíqua e propaganda dirigida: novas facetas da indústria cultural de Deborah Antunes. Como resultados, foi possível perceber que o tipo específico de racionalidade presente na orientação da indústria cultural é a racionalidade instrumental. Se colocamos em oposição a racionalidade crítica e a racionalidade instrumental, será notório sob qual delas se regula os novos desdobramentos da indústria cultural. Com isso, queremos reforçar que seja na sua forma inicial ou mais complexa, a indústria cultural somente pode se valer de uma aplicação da razão que permita, de um lado, ser formalista e calculadora, e, por outro lado, exclua as possibilidades de crítica pelo preenchimento da consciência com os conteúdos veiculados nas mais diversas produções culturais a serviço do capitalismo.