VIOLÊNCIA SISTEMICA NA EDUCAÇÃO

Abstract

Com seus antagonismos, dominâncias e fantasia ideológica a violência emerge como resultado das incoerências e impossibilidades provocadas pela ideologia. Para compreender o que é violência utilizamos como metodologia a leitura sistemática e dialética das obras do filósofo Žižek, nela ele delineia três dimensões principais para a violência: a dimensão simbólica, a a sistêmica e a subjetiva, chamando a atenção para as suas múltiplas possibilidades e entrelaçamentos recíprocos sob os quais a violência se manifesta. Ao longo da pesquisa, para entender melhor essas relações, é necessário desviar o olhar da violência mais visível e buscar compreender as razões mais fundamentais que sustentam os mais variados tipos de violências, pensar as estruturas simbólicas que a perpetuam, retirando-a de um plano da complexidade intangível e dando a ela uma percepção que consiga explicar as ações do ser humano em sociedade que historicamente se perpetuaram de forma violenta, inclusive aquelas que se manifestam na educação. Nesse sentido, uma das questões mais centrais nessa discussão é como ideologia do neoliberalismo, de forma sofisticada estende a lógica da competição de mercado a todas as áreas da vida e assim demandas importantes como saúde, educação são percebidas como investimentos feitos pelo indivíduo com seu próprio esforço individual de acordo com seu capital. O maior trunfo do capitalismo ocorre quando o trabalhador é convencido a ser seu próprio capitalista, o “empresário de si mesmo” que decide quando investir em seu futuro, pagando esse investimento mediante a contração de dívidas. De acordo com isso a educação vem se afastando de qualquer possibilidade de emancipação humana e a pesquisa vem se desenvolvendo de modo a apresentar resultados preocupantes, à medida que a educação se alinha as imposições do neoliberalismo mais ela tende a reproduzir a violência sistêmica, dessa forma ela colabora com essa educação violenta uma vez que também a ensina.