HISTORICIZANDO A IMAGEM: O USO DA CHARGE COMO FONTE NO ENSINO DE HISTÓRIA.

Resumo

O presente trabalho foi elaborado a partir de experiências em nossas ações docentes e as reflexões por elas levantadas, quando utilizadas charges como fontes históricas, durante as aulas ministradas na disciplina de História, relacionando com os conteúdos didáticos da Revolução Francesa e das Revoltas na América Portuguesa no século XVIII. A Charge, por apresentar um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar através de suas caricaturas, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para tornar burlesco acontecimentos atuais com o uso de um ou mais personagens. Logo, tais ilustrações, podem ser elegidas como um recurso expressivo para a explicação, problematização e compreensão histórica. Muito utilizadas em críticas políticas no mundo todo, quando vista como uma perspectiva histórica, a charge se torna mais do que um simples desenho, ela assume uma crítica político-social. Foi então que, valendo-se de seu poder crítico e das singularidades de seu método investigativo em relação a outros documentos, que atrelamos currículo escolar, fonte histórica, investigação, rumo a um intuito final, a produção histórica. Não apenas buscando por parte das/dos alunas/alunos uma apropriação do conhecimento histórico, mas que ele seja ensinado e aprendido de tal maneira que as/os proporcione uma participação do fazer a história. Experienciá-la como agentes ativos da construção desse conhecimento. Dessa forma, quebrando a barreira dos signos das letras, e problematizando o mundo ao seu redor, as/os estudantes produziram suas próprias charges, encontrando significado no conteúdo debatido. A charge, portanto, se torna um veículo importante tanto de aproximação com as próprias experiências dos educandos, como de percepção dos diferentes contextos temporais. Tornando-se eloquente na ação de proporcionar o entendimento dos diversos grupos sociais e seu proceder na sociedade, através de representações produzidas no passado e agora pelos discentes produzidas no presente.