HERBERT MARCUSE E A TEORIA CRÍTICA: PARA ALÉM DA PERSPECTIVA NORMATIVA DA ESCOLA DE FRANKFURT

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30611/2019n14id41614

Palavras-chave:

Herbert Marcuse, Normatividade, Democracia, Teoria Crítica, Autoritarismo

Resumo

Nosso ensaio procura compreender o sentido atual da Teoria Crítica de Herbert Marcuse. De início, fazemos a contraposição de Marcuse à versão mais contemporânea da Teoria Crítica, representada pela perspectiva normativa de Jürgen Habermas e Axel Honneth. Notamos, em seguida, a insuficiência deste modelo crítico diante dos desafios contemporâneos, conforme a crítica de John Abromeit e Amy Allen. Ambos apresentam os limites da segunda geração para compreender o avanço do pensamento conservador. Recuperamos aqui as reflexões de Marcuse sobre os limites da democracia burguesa nos anos 1970. Este será o mote para pensarmos uma perspectiva de Teoria Crítica diversa da normatividade. A experiência crítica de Marcuse é marcada pelo contorno dos acontecimentos e dos corpos, o conteúdo material das questões morais – elementos centrais para o embate contra a cultura do medo que alimenta o autoritarismo nas vias democráticas.

Referências

ABROMEIT, J. Right-wing populism and the limits of normative critical theory. In: Logos: a journal of modern society and culture, vol. 16, nº 1-2, 2017, http://logosjournal.com/2017/right-wing-populism-and-the-limits-of-normative-criticaltheory/ (acessado em 15/12/2018).
ADORNO, T. W. “O que significa elaborar o passado”. In: ADORNO, T. W. Educação e emancipação. Tradução de Wolfgang Leo Maar, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
ALLEN, A. The end of progress: decolonizing the normative foundations of critical theory. New York: Columbia University Press, 2016.
BENHABIB, S. Critique, norm, and utopia: a study on the Foundations of Critical Theory. New York: Columbia University Press, 1986.
BUTLER, J. Corpos em aliança e a política das ruas: Notas para uma teoria performativa de assembleia, tradução de Fernanda S. Miguens, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
CARNEIRO, S. A paralisia da crítica e a democracia como tabu. In: Revista Fevereiro, vol. 7, http://www.revistafevereiro.com/pag.php?r=07&t=08 (acessada em 15/12/2018).
FARR, A. In search of radical subjectivity: rereading Marcuse after Honneth. In: Radical philosophy review, vol. 16, nº 1, 2013.
FORST, R. Justificação e crítica: perspectiva de uma teoria crítica da política. Tradução de Denilson L. Werle, São Paulo: Ed. UNESP, 2018.
FRASER, N e HONNETH, A. Redistribution or recognition? A political-philosophical exchange, translated by Joel Golb et al., London, New York; Verso, 2004.
HABERMAS, J. O discurso filosófico da modernidade: doze lições. Tradução de Luiz Reppa et al. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
________. Why Europe needs a constitution? In: New left review, vol. 11, sept-oct 2001, https://newleftreview.org/II/11/jurgen-habermas-why-europe-needs-a-constitution (acessado em 15/12/2018).
HONNETH, A. Teoria crítica. In: GIDDENS, A et al. (org.). Teoria social hoje. Tradução de Gilson C. C. de Souza, São Paulo, Ed. UNESP, 1999, p. 503-552.
_______. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais, tradução de Luiz Repa, São Paulo: Ed. 34, 2003.
_______. Disrespect: the normative foundations of critical theory. Cambridge, Malden: Polity Press, 2007.
HORKHEIMER, M. Teoria tradicional e teoria crítica. In: BENJAMIN, W. et al. Os pensadores, traduções de José L. Grünnewald et al. São Paulo: Ed. Abril Cultural, 1983, p. 117-154.
MARCUSE, H. Eros and civilization: a philosophical inquiry into Freud. Boston: Beacon Press, 1966.
_______. Soviet marxism: a critical analysis. New York: Columbia University Press, 1985.
_______. One-dimensional man: studies in the ideology of advanced industrial societies. London: New York: Routledge, 1991.
_______. Filosofia e teoria crítica. In: MARCUSE, H., Cultura e sociedade. Traduções de Wolfgang L. Maar et al. Volume 1. São Paulo: Paz e Terra, 1997, p. 137-160.
_______. The historical fate of bourgeois democracy. In: MARCUSE, H. Towards a critical theory of society – collected papers of Herbert Marcuse. Volume 2. London, New York: Routledge, 2001, p. 163-186.
_______. Reflections on French revolution. In: MARCUSE, H. The new left and the 1960s – collected papers of Herbert Marcuse. Volume 3. London, New York: Routledge, 2005, p. 40-45.

Downloads

Publicado

2019-07-17

Edição

Seção

Dossiê O Pensamento de Herbert Marcuse