A RELAÇÃO ALUNO-ESCRITA: QUESTÕES RELATIVAS À DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA ALFABETIZAÇÃO

Autores

  • Luzia Alves Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Resumo

As dificuldades encontradas por alunos em fase escolar são numerosas e demandam uma reflexão acerca dos limites entre o normal e o patológico (CANGUILHEM, 2009). Este trabalho problematiza a relação sujeito-escrita, considerando alunos com diagnóstico de “deficiência intelectual” a partir do princípio de que a escrita acontece para cada ser humano quando um determinado percurso com relação à função simbólica for completado (POMMIER, 1998). Esta pesquisa focaliza alunos que frequentam Escola Pública de Ensino Fundamental II. O objetivo deste estudo é analisar o processo de aquisição da escrita desses sujeitos no intuito de discutir duas hipóteses conflitantes entre si: a) eles aprendem por efeito de um método desenhado apropriadamente, ou b) por efeito de uma relação de transferência, estabelecida entre professor/aluno e que atravessa a relação do aluno com o objeto a conhecer (FREUD, 1996; LACAN, 1998). A perspectiva teórica assumida é a da Clínica de Linguagem, inaugurada no LAEL-PUCSP, e que tem o Estruturalismo Europeu como solo para pensar a Linguagem e a Hipótese do Inconsciente para refletir sobre a constituição subjetiva desses sujeitos. A metodologia adotada será o estudo de caso. Espera-se que os resultados confirmem impressões de experiências já vividas de que crianças com alguma deficiência intelectual atingem rendimentos satisfatórios por efeito de transferência, por entender que métodos são meros suportes no processo de alfabetização, e não a causa.

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Publicado

2019-12-21

Edição

Seção

Artigos