A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO CENÁRIO PANDÊMICO: DESAFIOS DO ENSINO REMOTO

Resumo

A pandemia da Covid-19 no Brasil viabilizou uma grande desigualdade que estava mascarada na Educação Básica, principalmente, nas escolas públicas. Nesse período pandêmico foram implementadas aulas remotas emergenciais como forma de minimizar as perdas no aprendizado dos discentes. Mas afinal, as aulas remotas diminuíram o impacto no aprendizado dos alunos ou ocorreu aumento da exclusão desses estudantes ao acesso à escola? Como bolsistas da Residência Pedagógica (RP) do curso Ciências Biológicas tivemos a oportunidade de participar das aulas remotas no período noturno em uma escola estadual de Fortaleza-CE. Nesse sentido, acompanhamos remotamente as turmas da noite do Ensino Médio que contemplam a Educação de Jovens e Adultos (EJA), na qual, é formada pela classe trabalhadora e pelos idosos. E a partir das observações e relatos dos educandos muitos se encontram nesse tipo de modalidade de ensino (EJA), pois precisou interromper os estudos para trabalhar, cuidar da família, dedicar à maternidade, ajudar no sustento da casa, entre outros. Pensando no ensino de Ciências da Natureza, percebemos que durante as aulas os discentes tiveram dificuldades de entender as informações que estavam nos slides, mas também trouxeram a problematização dos conteúdos relacionados com as suas experiências de vida, tornando um ponto positivo para o ensino e aprendizagem mesmo nas dificuldades com o acesso às aulas online pela falta de equipamentos e habilidade em manejá-los, além da dificuldade de aquisição de internet. Os relatos dos estudantes trazem o EJA como uma oportunidade para adquirir conhecimento e terminar os estudos. Portanto, a pandemia veio aumentar essa desigualdade social que perpassa os sujeitos da EJA sendo que a educação é um direito humano e social e, por isso, ela deve ser de qualidade em todos os aspectos. Além disso, é necessário abordar uma linguagem contextualizada e adequada nas metodologias e práticas na EJA.