A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: ATRIBUIR SENTIDO E CONSTRUIR SABERES, PORQUE A EDUCAÇÃO (FÍSICA) VAI ALÉM DA NOTA NO BOLETIM

Autores

  • Adriano Ferreira Nobre
  • Aldemir Bezerra dos Santos
  • Luiz Sanches Neto
  • Luciana Venancio

Resumo

Conforme a Base Nacional Comum Curricular vigente, o sistema de ensino concebido para os dias atuais é marcado, sobretudo, pela forte influência neoliberal a qual, visando ao lucro, busca preparar o sujeito somente para as demandas do mercado de trabalho. Nesse sentido, como a ênfase da escolarização está atrelada a interesses mercadológicos, os temas transversais que permeiam a sociedade – como a desigualdade de gênero, o preconceito, a homofobia, o racismo e a intolerância religiosa – tornam-se “optativos” e são colocados em segundo plano nas escolas; a ênfase é dada para disciplinas cujos conteúdos se detêm às regras de gramática, enunciados, fórmulas matemáticas, físico-químicas e decodificação de datas históricas a fim de habilitar os(as) estudantes para processos seletivos inócuos. Este trabalho tem o objetivo de apresentar o planejamento participativo (PP) como possibilidade de transgressão da lógica neoliberal e capitalista que nos é imposta. Trata-se de um relato de experiência das aulas de educação física (EF) no Programa Institucional de Bolsas de Residência Pedagógica (RP) em uma escola de ensino médio de Fortaleza. Assim, a EF enquanto disciplina que constitui o currículo vive em constante conflito de legitimação, ao passo que é considerada, na maioria das vezes, como recreativa, possuindo como finalidade apenas o entretenimento para os(as) alunos(as). Entretanto, essa interpretação equivocada é reflexo de um sistema acrítico e quantitativo, que não estimula o(a) aluno(a) a construir saberes, mas a obedecer a ordem econômico-social vigente. É possível concluir que o PP promove sentido e significado para os(as) alunos(as), tendo em vista que suas vozes são respeitadas e suas experiências são consideradas desde o processo de planejamento até a realização das aulas, tornando-os sujeitos críticos e reflexivos que não decoram fórmulas, mas que constroem saberes e estabelecem relações com os saberes capazes de transformar o mundo em que vivem.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

I Seminário Institucional de Residência Pedagógica