ANÁLISE DO FIGURINO DA NOIVA NA QUADRILHA CEARÁ JUNINO 2019: ENTRE O ESPETÁCULO E A REGIONALIDADE DO TEMA “É TUDO VERDADE”

Resumo

O presente artigo é resultado de uma pesquisa realizada em 2019 pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Design-Moda da Universidade Federal do Ceará. A pesquisa possui como tema o figurino de 2019 da quadrilha Ceará Junino, referência no estado durante as festividades de junho e julho. Através desses estudos, buscamos analisar o figurino da noiva do ano de 2019, compreendendo como acontece o processo de criação do figurino e como o enredo é traduzido para a indumentária. Para tal, como metodologia, realizou-se uma pesquisa bibliográfica acerca das festas de São João, suas origens e histórias. Além disso, foi utilizada uma pesquisa documental com acesso a croquis e imagens das apresentações de 2019 e também foram realizadas algumas entrevistas com membros da Ceará Junino, para melhor compreensão dos assuntos abordados. Tendo em vista a origem das festividades juninas, que segundo Cascudo (1969), são recriações de festividades europeias, cujo intuito era a comemoração da entrada do solstício de verão, que indicava período de boas colheitas, e também a importância do figurino, que de acordo com Arruda; Baltar (2007), é um dos elementos que ajudam a contar uma história e que engloba não só a roupa, mas tudo o que pertence a caracterização do personagem como cabelo e maquiagem, foi realizada a análise de figurino. O figurino foi composto a partir de diversos elementos regionais, conversando diretamente com o tema proposto pela quadrilha junina, denominado É Tudo Verdade, que conta a história de quatro pescadores que, em 1941, se aventuram em uma jangada partindo da Praia de Iracema e chegam no Rio de Janeiro para reivindicar seus direitos enquanto pescadores. A quadrilha deixa claro que trata-se de uma história real e apresenta, através do enredo, como acontece a vida dos pescadores e de suas mulheres, que aguardam seus maridos enquanto estes saem ao mar para trabalhar.