EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE GLICOSAMINOGLICANOS DO RESÍDUO DO BENEFICIAMENTO DA TILÁPIA DO NILO (OREOCHROMIS NILOTICUS L.)
Resumo
A produção mundial de pescado vem crescendo nos últimos anos, sendo a tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus L., uma das principais espécies cultivadas, inclusive no Brasil. Com o aumento dessa produção, consequentemente há uma quantidade substancial de rejeitos orgânicos (Ex.: cabeça e pele) muitas vezes descartados de maneira insustentável, gerando problemas ambientais. O resíduo, porém, pode ser uma fonte de diversos compostos bioativos, que já têm sido isolados e caracterizados estruturalmente a partir de organismos aquáticos, dentre eles os Glicosaminoglicanos (GAGs). Eles são carboidratos presentes na matriz extracelular e vêm destacando-se na área farmacológica/biomédica por participarem de importantes funções biológica. Os GAGs sulfatados de fontes marinhas possuem importantes atividades farmacológicas, como ações antioxidantes e neuroprotetoras, antivirais, anticoagulantes e antitrombóticas, antitumorais, anti-inflamatórias e antiproliferativas. Dessa forma, este trabalho objetivou extrair e caracterizar fisico-quimicamente os GAGs do resíduo do beneficiamento da tilápia. Os GAGs foram extraídos por método enzimático, obtendo-se um rendimento de 1,03 ± 0,073 %, baseado na matéria-prima desidratada. Pelas análises de metacromasia e Microscopia Eletrônica de Varredura com Espectroscopia de Energia Dispersiva (MEV/EDS) foi possível comprovar a sulfatação do composto. Através da Varredura Ultravioleta-Visível (UV-VIS), viu-se uma banda máxima de absorção a 210 nm, como esperado peara carboidratos. A Espectroscopia por Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) comprovou bandas características dos grupamentos químicos dos GAGs, destacando-se a banda em 1240 cm-1, que representa o estiramento S = O de grupo sulfato característico da estrutura química desta classe de compostos. Este trabalho conseguiu extrair e caracterizar com êxito os GAGS do resíduo da tilápia, sendo partida para a investigação do enorme potencial biotecnológico desses polissacarídeos.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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