DISTRIBUIÇÃO DO MESOZOOPLÂNCTON DE UMA COSTA SEMIÁRIDA (NORDESTE DO BRASIL)

Autores

  • Livia Rafaelle Silva Fonteles
  • Tatiane Martins Garcia
  • Ana Cecília Pinho Costa
  • Marcelo de Oliveira Soares

Resumo

As zonas costeiras são áreas de transição entre o continente e os oceanos. Nessa região residem diversos organismos, destacando-se a comunidade zooplanctônica. Estes organismos heterotróficos possuem uma posição fundamental na cadeia alimentar marinha, por transferir energia das microalgas fotossintetizantes aos níveis tróficos superiores. O objetivo desse trabalho foi analisar a densidade e diversidade da comunidade mesozooplanctônica sob influência da pluma estuarina e da distância da costa em uma região costeira semiárida. As coletas ocorreram na região de influência da pluma do rio Aracatimirim (Ceará, nordeste do Brasil). As coletas foram realizadas em três transectos paralelos à costa, distando 0, 5 e 10 km, a bordo de uma embarcação, em abril (2017) e março (2018). Arrastos subsuperficiais foram feitos com redes cônicas de 200 µm por 5 min. As amostras foram fixadas a bordo com formol 4% tamponado com tetraborato de sódio. A análise dos táxons em relação a distância da costa apresentaram uma diferença significativa (Kruskal-Wallis p <0,05) para Obelia, Scaphopoda, Zoea de Brachyura, Ophiuroidea, Temora turbinata e Corycaeus giesbretchi. Dois padrões de distribuição foram observados, um homogêneo e outro heterogêneo. Os táxons Bryozoa, Chaetognatha, Ophiuroidea, Calanopia americana, Centropages vellificatus, Corycaeus giesbretchi e Paracalanidae apontaram maiores densidades nos pontos mais distantes da costa. Outros táxons como véliger de Gastropoda, Amphipoda, Isopoda, Cumacea e zoea de Brachyura apresentaram padrão inverso, onde as maiores densidades ocorreram nos pontos mais próximos a costa. Desta forma, o mesozooplâncton apresentou variação de acordo com a distância da costa devido as características específicas de cada táxon indicando a importância tanto de áreas mais próximas sob influência da pluma do estuário quanto áreas distantes. Tais informações fornecem subsídios para melhor compreensão da dinâmica costeira do zooplâncton no ambiente marinho.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica