A POLÍTICA NA VIDA DE JOVENS DA PERIFERIA DE FORTALEZA: A ESCOLARIZAÇÃO E AS DIVERSAS VIOLÊNCIAS PRESENTES NA COMUNIDADE

Autores

  • Mayara de Souza Gomes
  • Raiane França Sousa
  • Raquel Pereira Arruda
  • Ronaldo de Sousa Almeida

Resumo

Este estudo tem o objetivo de conhecer como os jovens concebem a política e suas relações com seu processo de escolarização, em meio a um contexto de diversas violências presentes na comunidade. As análises têm sido realizadas no âmbito da pesquisa “A política na vida de jovens da periferia de Fortaleza: compreensão e formas de expressão no Parque Santa Filomena” do Grupo de Pesquisa: Políticas Públicas, Educação, Movimentos Sociais e Juventudes da Faculdade de Educação da UFC. Nesse sentido, foram desenvolvidas algumas atividades de investigação com jovens de uma escola municipal localizada no Parque Santa Filomena, no Grande Jangurussu. Adotou-se uma abordagem qualitativa, com a utilização dos seguintes instrumentos de pesquisa: entrevista semiestruturada com alunos do ensino fundamental e a duas oficinas com alunos da EJA, realizadas em maio de 2018. Apoiando-se nos pressupostos teórico-metodológicos de Paulo Freire no tocante à emancipação política dos jovens (2000 e 2005); Haddad e Pierro com o reconhecimento jurídico à modalidade da EJA (2015) e Arendt quando conceitua os direitos e participação política (1997). As análises identificam que os jovens são alvo direto das evidentes violências que ocorrem, cujas manifestações se dão nos âmbitos: institucional, pedagógico, estrutural e urbano. A escola tem dificuldades em se afirmar como espaço de reflexão e critica para esses sujeitos. No que diz respeito as noções acerca do sentido da política, os participantes revelam senterem-se abandonados pelos governantes e identificam que a prática política desses, se distancia da ideia de pensar o bem comum, ficando restrita aos períodos eleitorais, quando aparecem no bairro para angariar votos. As conversas, entrevistas e observações revelaram que a única presença estatal mais notada pela comunidade é a da polícia, acirrando os processos de repressão e não de proteção.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXVIII Encontro de Extensão