BICHOS: OS CÓDIGOS DE POSTURAS E O CONTROLE ANIMAL (CARIRI/CE, 1850-1864)
Resumo
Durante a segunda metade do século XIX, existiam diversas disputas senhoriais na região do Cariri cearense em que se discutiam qual atividade econômica deveria ser predominante: a criação de animais ou a agricultura. Por vezes, os jornais elaboravam a imagem dos gados enquanto "pragas", como tentativa de afastar esses bichos do espaço tido enquanto "oásis" da Chapada do Araripe. Vários códigos de posturas, nesse contexto, visavam controlar o modo de criação e circulação dos bichos. Para além das representações e das políticas da natureza, essas tentativas de controle estavam relacionadas com conflitos cotidianos entre diferentes sujeitos sociais. Daí se colocava a necessidade das cercas, assim como dos constantes reparos, que, para além de servirem na defesa dos roçados – o que gerou diversos conflitos –, também era uma maneira de tentar alterar as estruturas pecuaristas extensivas. O presente trabalho tem como proposta analisar como foram dados diversos sentidos a criação dos bichos, os problema das cercas e os conflitos gerados, assim como as formas de controle social desses animais. Vários crimes estavam inseridos nesses contextos, mas o desenrolar dos processos não eram homogêneos, mas submetidos a influências e redes de acordo entre os senhores. O que definia réu e vítima era muito mais as posições sociais do que os artigos dos códigos criminais. Foram utilizados jornais, códigos de posturas e processos criminais. Essa pesquisa recebe apoio, sob concessão de bolsa de pesquisa, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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