CITOTOXICIDADE RENAL DO SORO ANTIBOTRÓPICO ESTABILIZADO COM SACAROSE
Resumo
Serpentes do gênero Bothrops são responsáveis por mais de 80% dos acidentes envolvendo humanos, os casos graves podem apresentar quadros de injúria renal aguda (IRA). A soroterapia (soro antibotrópico) é a única indicação para o tratamento destes acidentes. A terapia consiste na utilização de imunoglobulinas específicas purificadas que neutralizam as toxinas circulantes do veneno. Com o intuito de evitar a aglomeração (grumos) destes anticorpos durante a administração, utilizam-se alguns estabilizantes, açúcares, dentre eles, a sacarose. No entanto, alguns estudos mostram que a sacarose, em determinadas concentrações, pode causar quadros de injúria renal aguda, comprometendo o funcionamento do órgão. Assim, objetivou-se avaliar a viabilidade de células renais de túbulo proximal de macaco (LLC-MK2) mediante ação do soro antibotrópico estabilizado com sacarose. Foi utilizado o ensaio colorimétrico MTT para investigar a citotoxicidade do soro antibotrópico sobre células LLC-MK2, testando-se amostras de soro controle (sem sacarose) e soro estabilizado com sacarose 2,5%. Foram utilizadas as seguintes concentrações do soro: 62,5; 125; 250; 500; 1000; 2000 e 4000 µg/mL para todas as amostras testadas. O soro sem sacarose ocasionou diminuição da viabilidade celular a partir de 500 µg/mL, enquanto que o soro com sacarose a 2,5% mostrou redução da viabilidade a partir de 125 µg/mL. Diante dos achados, pode-se considerar a sacarose como um possível estabilizante para o soro antiofídico, não agregando mais dano renal ao já causado pelo envenenamento ofídico. Ainda sim, se faz necessário uma modelagem in vivo para concluir o estudo e identificar que concentrações seriam as mais seguras e eficazes para administração clínica do antiveneno estabilizado com sacarose. Agradecimentos aos órgãos financiadores CAPES e CNPQ.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XXXVIII Encontro de Iniciação Científica
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