Avaliação do desenvolvimento das competências assistenciais na formação do Técnico em Enfermagem em cenários de práticas

Autores

Palavras-chave:

Escala Liker, Cenários de Prática, Técnico em Enfermagem

Resumo

Introdução: Essa pesquisa teve como objetivo identificar e analisar o processo de avaliação realizado no desenvolvimento das competências assistenciais na formação do Técnico em Enfermagem no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC - Unidade Tiradentes à luz da visão dos alunos. A Equipe de Enfermagem representa o maior quantitativo de profissionais dentro da assistência à saúde no país, nos três níveis de atenção, com atuação deste profissional. Os estágios supervisionados devem acontecer no decorrer do curso, em quatro momentos da formação, considerando o conteúdo abordado na teoria, e sua complementação em campo de estágio com a prática clínica. Para tal foi construída e validada uma escala atitudinal do tipo Likert para evidenciar as percepções do corpo discente quanto a avaliação em cenários de prática nas perspectivas diagnóstica, formativa e somativa. O uso de escalas de percepção tem se constituído um efetivo recurso no âmbito da formação em saúde por ser capaz de reconhecer subjetividades em grandes populações. Contudo sua construção tem apresentado muitas dificuldades já que sua origem foi no campo do marketing e os campos da educação e saúde envolvem muitas peculiaridades. Métodos: Tratou-se de uma metodologia qualiquantitativa em um estudo exploratório descritivo com a construção de quatro dimensões alinhadas aos objetivos da pesquisa com vinte asserções distribuídas entre as mesmas. Dimensão D1 - Competências docentes para o exercício da avaliação no processo de ensino/aprendizagem em cenários de prática; Dimensão D 2 - Critérios Institucionais de avaliação do curso Técnico em Enfermagem em cenários de prática; Dimensão D 3 - Avaliação do processo de ensino-aprendizagem em cenários de prática e Dimensão D4 Relacionamento Docente/aluno frente à avaliação em cenários de prática. A escala teve sua validação de conteúdo pautada pela observância de equivalências semântica, cultural e conceitual com aplicação de pontuação em escalas de 1 a 4 e de 4 a 1 ponto com a oferta de quatro opções de resposta: concordo plenamente, inclinado à concordar, inclinado à discordar e discordo plenamente. A seguir procedeu-se a radomização, realização de pré-teste junto a juízes e subsequente aplicação; após a mesma foi desenvolvida a validação quanto à dispersão e confiabilidade. Resultados e Discussão: A validação de conteúdo da escala evidenciou uma assertividade quanto a fraseologia usada com 10% de perdas (duas asserções) como consequência a confiabilidade da escala ficou com 0,85 denotando solidez dos dados. Foram evidenciadas assertividades como reconhecimento prévio dos docentes quanto as dificuldades apresentadas pelos alunos; compreensão do corpo docente sobre a importância do uso da avaliação nas perspectivas: diagnóstica, formativa e somativa; critérios de avaliação apresentados e pactuados entre docentes e alunos antes, durante e após o momento prático do estágio com manutenção da boa relação entre professor e aluno frente a resultados ruins e por último presença de parâmetros éticos no processo formativo com relação dialógica e acolhedora presente entre professor, aluno, instituição concedente de estágio e paciente. Como desafios maior tempo institucional para discussões pedagógicas do corpo docente. Conclusão: Os alunos avaliam positivamente as avaliações aplicadas e se sentem coparticipes do processo formativo.

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Biografia do Autor

Anderson Adão Rodrigues, UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

Enfermeiro, Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (CEDESS). Especialista em Formação de docentes para ensino profissional em Enfermagem, Especialista em Unidade de Terapia Intensiva pela FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, MBA em Gestão de Projetos e Processos pela FATEC - Faculdade de Tecnologia de São Paulo e Gestão Pública nos Serviços de Saúde pela Faculdade lsraelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, Professor de graduação em Enfermagem e pós-graduação do Senac Tiradentes.

Beatriz Jansen Ferreira, UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

Pós-doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. É docente do Programa de Pós Graduação Ensino em Ciências da Saúde do Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde - CEDESS da UNIFESP desde 2013. Possui doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas onde desenvolveu atividade docente por 20 anos. Atuou também em atividades de gestão como Coordenadora de Projetos do Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem - EA2 da Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp de 2013 a 2017. Integrou o Grupo de Trabalho para concepção e implantação da Faculdade de Ciências Aplicadas - FCA de 2005 a 2009, tendo sido Coordenadora Pedagógica do Campi e docente responsável pela disciplina Ética e Cidadania.. Foi presidente do Conselho do Programa de Moradia Estudantil da Unicamp de 2013 a 2017. Foi assessora junto a Pró- reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários PREAC/ Unicamp de 2007 a 2008 atuando como Coordenadora de Assuntos Comunitários. Na área da educação desenvolve atividades de pesquisa, docência e de consultoria há mais de 30 anos nas áreas de avaliação, organização curricular, projeto político pedagógico e inovação pedagógica. Desenvolveu cursos de pós graduação na modalidade de especialização na área de educação médica na UNILA e Centro Universitário Franciscano. Atuou no âmbito da formação e gestão como consultora pela UNESCO e OPAS junto as Secretarias de Assistência à Saúde - SAS e Secretaria de Vigilância à Saúde/DASIS/MS de 2000 à 2006, atuando como tutora no Programa PROFAE. Atuou de de julho de 2009 a 2015 no âmbito da formação junto ao Programa Pró- Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES do Ministério da Saúde como membro da Comissão Assessora para a formação de recursos humanos em saúde. Foi consultora junto a FUNDAP no Programa de formação de técnicos de enfermagem TEC-SAÚDE, atuando como assessora da Coordenação Pedagógica na elaboração de material áudiovisual e eventos presenciais e de EAD no campo da avaliação de 2009 a 2010. Foi consultora pela Fio Cruz junto a Secretaria Executiva da Universidade Aberta do SUS - UNA - SUS na área de avaliação em ambientes presenciais e de EAD de 2010 a 2013.Exerce atividades de consultoria nas áreas de saúde e educação junto a órgãos internacionais como OPAS, UNESCO e PNUD. Integrante da Rede de Apoio à Docência do Ensino Superior - RADES. Integra o corpo editorial das revistas: Revista Brasileira de Educação Médica, Interfaces e Revista Brasileira de Enfermagem e Revista de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo - USP.

Referências

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Publicado

2024-04-10