Foucault e a educação racial do desejo nas tramas do biopoder
DOI:
https://doi.org/10.36517/arf.v17i1.95650Palabras clave:
Foucault. Biopoder. Racismo. Sexualidade. Educação racial do desejo.Resumen
Este artigo tem por objetivo atualizar e mobilizar criticamente as formulações foucaultianas sobre as políticas de raça e sexualidade no contexto do mundo moderno/colonial. Em um primeiro momento, apresento as pistas deixadas por Foucault em torno da colocação do sexo em discurso, do biopoder e da articulação entre racismo e sexualidade. Em seguida, dialogo com a releitura que Ann Stoler propõe do pensamento foucaultiano, ao ressituar a história da sexualidade a partir do racismo colonial e ao evidenciar o papel da educação racial do desejo na gestão das fronteiras raciais e sexuais entre colonizadores e colonizados. Por fim, retomo a noção de educação racial do desejo para pensá-la a partir das especificidades de sua formulação no Brasil, destacando as transformações nos discursos sobre a miscigenação, do final do século XIX à segunda metade do século XX, e suas implicações na fabricação de sujeitos brancos e negros.
Descargas
Citas
BENTO, M. A. S. Branquitude: o lado oculto do discurso sobre o negro. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. (Orgs.). Psicologia social do racismo: Estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 147-162. (Coleção Psicologia Social).
BHABHA, H. K. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.
CANGUILHEM, G. Do social ao vital: In: CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012. p. 187-205.
CARNEIRO, A. S. A construção do outro como Não-Ser como fundamento do Ser. 2005. 339 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
COLLINS, P. H. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo, Manaus, v. 5, n. 1, p. 6-17, jan./jun. 2017.
COROSSACZ. V. R. O corpo da nação: classificação racial e gestão social da reprodução em hospitais da rede pública do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009. (Coleção Etnologia, v. 6).
COSTA, J. S. F. Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Graal, 2004.
CRENSHAW, K. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-188, 2002.
DAVIS, A. Y. Women, race & class. New York: Vintage Books, 1983.
FANON, F. Les damnés de la terre. Paris: Éditions La Découverte & Syros, 2002.
FERREIRA DA SILVA, D. Homo modernus – para uma ideia global de raça. Rio de Janeiro: Cobogó, 2022.
FLAUZINA, A. L. P. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 1999.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
FOUCAULT, M. História da sexualidade 2: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1984.
FOUCAULT, M. Sobre a história da sexualidade. In: FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Revisão, organização e tradução de Roberto Machado. São Paulo: Edições Graal, 2004. p. 243-276.
FREYRE, G. Casa-grande e senzala. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1987.
GONZALEZ, L. A mulher negra na sociedade brasileira: uma abordagem político-econômica. In: GONZALEZ, L. Por um feminismo Afro-Latino-Americano: Ensaios, Intervenções e Diálogos. Organização de Flávia Rios e Márcia Lima. Rio Janeiro: Zahar, 2020. p. 49-64.
GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje – ANPOCS, p. 223-244, 1984.
HAHNER, J. E. A mulher no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 7-41, 1995.
LEGG, S. Para além da província europeia: Foucault e o pós-colonialismo. Espaço e Cultura, Rio de Janeiro, n. 34, p. 259-289, jul./dez 2013.
LOPES, F. Experiências desiguais ao nascer, viver, adoecer e morrer: tópicos em saúde da população negra no Brasil. In: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (FUNASA). Saúde da população negra no Brasil: contribuições para a promoção da equidade. Brasília: Funasa, 2005. p. 9-48.
LORDE, A. Os usos da raiva: as mulheres reagem ao racismo. In: LORDE, A. Irmã Outsider. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019. p. 155-167.
MBEMBE, A. Nécropolitique. Raisons politiques, n. 21, p. 29-60, 2006.
MILLS, C. W. Ignorância Branca. Griot: Revista de Filosofia, Amargosa, v. 17, n. 1, p. 413-438, jun./2018.
NASCIMENTO, A. do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
ORTIZ, R. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2012.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SEDGWICK. E. K. A epistemologia do armário. Cadernos Pagu, Campinas, n. 28, p. 19-54, 2016.
STOLER, A. L. Eduquer le désir: Foucault, Freud et les sexualités impériales. Genre, sexualité & société, v. 3, p. 1-21, 2010.
STOLER, A. L. La chair de l’empire: savoirs intimes et pouvoir raciaux en régime colonial. Paris: Éditions La Découverte, 2013.
STOLER, A. L. Race and the education of desire: Foucault’s History of Sexuality and the colonial order of things. Durham; London: Duke University Press, 1995.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Pedro Grabois

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
- Los autores mantienen los DERECHOS AUTORALES otorgados a la revista O el Derecho de Primera Publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente a Creative Commons License Attribution (CC BY) que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores pueden aceptar contratos, distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo: publicación en el repositorio institucional o como capítulo del libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Se permite a los autores publicar y distribuir su trabajo on-line (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) durante el proceso editorial de información de que el artículo está en proceso de publicación. Esto puede aumentar el impacto y cita de trabajos publicados.

SOBRE COPYRIGHT Y POLÍTICA DE ACCESO LIBRE
La revista utiliza la atribución CC BY





._._3.png)
._._._.png)