Foucault e o governo da vontade de não ser governado
DOI:
https://doi.org/10.36517/arf.v17i1.95859Palavras-chave:
Genealogia. Subjetividade. Vontade. Verdade. Liberdade. Crítica.Resumo
Partindo do que chamamos de uma genealogia da vontade, nosso artigo pode se dividir em três partes ou perguntas. A primeira é: por quais estratégias pode ser produzido esse campo da vontade no qual a voluntariedade emerge em uma relação de força com o involuntário? A partir daí, nos deparamos com outra relação de força: não mais entre o voluntário e o involuntário, mas a força constrangente do verdadeiro sobre a vontade. Segunda pergunta: como age essa força? Age, precisamente, a partir de uma forma de ser conduzido e se deixar conduzir. Essa forma é um regime de verdade. Aqui, outro nível de relações de força: entre a conduta conduzida e a condução pelo outro. Por fim, terceira questão: que tipo de liberdade está em questão no governo da vontade? O efeito das práticas realizadas em certo regime de verdade é, justamente, uma vontade ou, no caso que nos interessa, diferentes formas de compreender a vontade, a começar pela vontade de saber e pela vontade de verdade, mas também por submissões e insubmissões voluntárias.
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