USOS POLÍTICOS DO PASSADO NO ENSINO DE HISTÓRIA

AS REPRESENTAÇÕES INDÍGENAS SOB O CRIVO DA ANALÍTICA DA HISTORICIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/eemd.v47i95.95708

Palavras-chave:

Representação, livro didático, usos políticos do passado

Resumo

Este escrito aborda os usos políticos do passado demarcados pelas representações materializadas no livro didático de história acerca da cultura indígena. Para tanto, os conteúdos sobre a cultura ameríndia são analisados na perspectiva teórica da representação, pensado por Stuart Hall (2016) e Roger Chartier (1998, 2002) e, quanto à conceituação do uso político do passado, nos escritos de Michel de Certeau (1998) e Temístocles Cezar (2012, 2014). Metodologicamente, este estudo aborda qualitativamente os conteúdos dos livros didáticos de História da Editora Saraiva, cotejando dois exemplares das coleções História Global, de 2016, e Historiar, de 2018. Além disso, recorre à técnica da crítica/análise documental para a produção de dados. Como resultado, evidencia-se a capacidade do livro didático de se constituir como um artefato pedagógico de ensino capaz de desnaturalizar representações diante da crítica decorrente da análise da historicidade.

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Biografia do Autor

Gabriel Alves dos Santos, Universidade Federal Rural do Semiárido

Mestrando em Ensino pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). 

Paulo Augusto Tamanini, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Doutor em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e professor orientador do Programa de Pós-Graduação em Ensino (Posensino/UERN, UFERSA, IFRN). 

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Publicado

2025-11-25

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