AVALIAÇÃO DO POTENCIAL NEUROPROTETOR E ANTI-INFLAMATÓRIO DA PRÓPOLIS VERMELHA EM MODELO DE CONVULSÃO INDUZIDO POR PENTILENOTETRAZOL EM ANIMAIS

Abstract

Introdução: A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico caracterizado por crises convulsivas recorrentes e imprevisíveis que atinge cerca de 1% da população mundial e que pode acarretar déficit cognitivo, disfunção neuronal, problemas comportamentais e sociais. Atualmente 30 a 40% dos pacientes com epilepsia não respondem a nenhum tipo de terapia anticonvulsivante. Pesquisas publicadas anteriormente mostraram que processos neuroinflamatórios estão relacionados com a epilepsia farmacorresistente. A própolis vermelha é rica em flavonoides com atividades anti-inflamatórias comprovadas. Além disso, pesquisas anteriores comprovaram a atividade neuroprotetora do extrato hidroalcoólico da própolis vermelha (EHPV). Objetivo: Estudar o potencial neuroprotetor do EHPV em camundongos submetidos ao modelo de convulsão induzido por pentilenotetrazol (PTZ). Metodologia: Camundongos Swiss machos foram pré-tratados com o EHPV 10 mg/kg via ip. durante 7 dias. Meia hora após a última dose de EHPV foram induzidas as convulsões nos animais com PTZ 85 mg/kg via i.p. Na avaliação comportamental foram analisados os parâmetros: latência de primeira convulsão e latência de morte. Após os testes, os animais tiveram o hipocampo dissecado para a mensuração dos níveis de IL-1β. Resultados: Nos grupos pré-tratados com EHPV 10 mg/kg houve aumento significativo tanto na latência de primeira convulsão (P < 0,001) como na latência de morte (P < 0,01), quando comparadas ao grupo controle. Em relação à dosagem de IL-1β foi constatado que seus níveis aumentaram de forma significativa no hipocampo dos animais do grupo controle PTZ85, quando comparados aos animais do grupo VEÍCULO (P < 0,001). O pré-tratamento com EHPV 10 mg/kg reverteu de forma significativa o aumento da citocina pró-inflamatória IL-1β (P < 0,001). Conclusão: Espera-se que os resultados obtidos nesse estudo ampliem as informações sobre o papel da inflamação na epilepsia e sobre o potencial neuroproteor do EHPV.