ESBOÇO PARA UMA NOVA ANTROPOLOGIA NA FILOSOFIA DE HERBERT MARCUSE

Resumo

Partindo das considerações do filósofo Herbert Marcuse este trabalho objetiva apresentar o conceito, ainda em desenvolvimento, de uma nova Antropologia no pensamento de Marcuse, na defesa de uma nova sensibilidade e necessidade. A pesquisa foi pensada a partir da leitura de sua obra O Fim da Utopia (1969). Como resultado observamos que, para Marcuse, o desenvolvimento material não basta para a emancipação social, também exige uma postura crítica de pensamento livre, que pertence ao campo da subjetividade. Este foi historicamente constituída por repressão e dominação exterior (Freud) e que, por isso, também permanece aberto a transformações de um “novo homem” que rompa esse ciclo. Esse “salto” implicaria no desenvolvimento de uma “nova antropologia”, uma nova moral e sensibilidade que promovesse necessidades vitais de liberdade, não mais fundadas sobre a escassez e a exploração do trabalho, mas sim necessidades humanas qualitativamente novas que seriam a negação das necessidades historicamente reprimidas, a exemplo, necessidade de paz, calma, ociosidade, solidariedade, felicidade, entendidas não como necessidades individuais, mas sociais, guiando os modos de produção e de satisfação coletivos. Tais valores seriam essencialmente opostos aos valores atuais do capitalismo, que são fundados na busca cega pelo lucro, na concorrência, no produtivismo, no individualismo e na exploração da natureza. Por fim, não importa o grau de racionalização ou riqueza que uma sociedade venha alcançar, se conservar os mesmos valores perversos sem a real necessidade de uma mudança subjetiva radical, permanecerá sempre em atraso, perpetuando as contradições e as mazelas sociais. Agradecemos a CAPES o apoio financeiro através da bolsa de Mestrado em Filosofia.