HISTÓRIAS PARA CONTAR: O MINIMUSEU FIRMEZA E O GESTO DE IMAGINAÇÃO MUSEAL COLETIVA

Abstract

A Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP) foi fundada em 1944 e apesar de ter encerrado as atividades em 1958, continuou influenciando outros projetos, como a criação do Minimuseu Firmeza, em 1969. O casal de artistas Nice e Estrigas, conheceu-se na SCAP, onde vivenciaram práticas de ateliê, pinturas ao ar livre, discussões de crítica da arte, entre outras atividades que implicaram em um modo de criar e compartilhar a arte de maneira coletiva. No contexto de ausência de políticas públicas para as artes, poucos espaços de exposição e de acolhimento dos artistas, eles abrem as portas da própria casa, um sítio no bairro Mondubim, periferia de Fortaleza, para criar um museu. Em um exercício de imaginação museal, que segundo Chagas (2003), alia potências poéticas e políticas, muitos artistas ajudam a compor o acervo. Era um lugar de experimentação artística e arte educação. Há uma narrativa constante sobre ele, na imprensa e em livros, atrelando-o à uma dimensão afetiva. Há espaço para o afeto em um museu? Pretende-se com essa dissertação, em andamento, refletir sobre o mundo das artes a partir dos sujeitos envolvidos neste meio, entendendo o museu como um lugar de trabalhadores da cultura. A partir de fontes, como os escritos produzidos por Estrigas, entre artigos de jornais, livros de arte e de memórias foi possível analisar os sentidos deste gesto patrimonial, alinhavando história da arte, história dos museus e do patrimônio no Ceará. O Minimuseu transformou-se em um importante lugar de encontros, discussões, crítica de arte e de memória das artes no Ceará, já que Estrigas preocupa-se em arquivar material, produzido por ele ou não, constituindo um Centro de Documentação aberto ao público. A presente pesquisa está vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio e Memória-GEPPM/UFC/CNPq e foi realizada com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).