O DUALISMO CORPO X ALMA NO CONTO O PECADO DE LIMA BARRETO À LUZ DA TEORIA DA COLONIALIDADE DO PODER DE ANÍBAL QUIJANO

Abstract

O racismo, principalmente no Brasil, é um dos preconceitos que predomina até hoje na sociedade. A história do preconceito com a cor negra é mais antiga do que se pensa. O racismo é uma herança da colonização, que mesmo depois de 133 anos desde a Leia Áurea, outorgada em 13 de maio de 1888, que extinguiu a escravidão no Brasil, ainda traz consigo a dor e resquícios da barbárie daquela época. Tal tema surge em diversos livros de história e sociologia, mas a literatura também tem um valor grande para relatar sobre esse assunto, seja através de escritores brancos que lutaram pelo fim da escravidão, como Castro Alves, ou através de escritores negros que exteriorizaram não somente sua dor, mas também o sofrimento de uma raça. A literatura sobre o negro no Brasil vem crescendo a cada dia, e isso se deve principalmente à conscientização crescente das pessoas quanto à marginalização do negro na sociedade. O racismo persiste até os dias atuais, e o fortalecimento dessa literatura tem permitido um avanço positivo em relação à importância do papel do negro, tanto nos textos literários quanto na sociedade. Diante disso, o presente trabalho busca analisar a obra O Pecado, do escritor Lima Barreto. Para isso, analisa a obra a partir da teoria da colonialidade do poder exposta pelo sociólogo Quijano (2005) concentrando a investigação no dualismo corpo x alma. A pesquisa fundamentou-se nas teorias do autor citado anteriormente, Bosi (2005), Cuti (2010), Mbembe (2018), Ribeiro (2015) e entre outros. Como conclusão, percebe-se que a narrativa, apesar de publicada em 1924, ainda se faz atual pelo seu caráter social de desmascarar o racismo da época e de confrontar ainda o preconceito nos dias atuais. Além disso, é perceptível que apesar de séculos depois da colonização, o Brasil ainda vive com resquícios desse processo na sua estrutura social.