QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA AO JOELHO APÓS A RECONSTRUÇÃO DO LCA: RELAÇÃO COM A FUNÇÃO, FATORES PSICOLÓGICOS, FORÇA, DESEMPENHO E ESTABILIDADE POSTURAL

Abstract

Introdução: Pacientes com reconstrução do ligamento cruzado anterior (RLCA) apresentam menor qualidade de vida (QV) relacionada à saúde em comparação com indivíduos saudáveis. Poucos artigos verificaram os fatores preditores para QV utilizando o questionário específico para essa população, o Quality Of Life Outcome Measure for Chronic Anterior Cruciate Ligament Deficiency (ACL-QoL), e nenhum estudo verificou o impacto dos fatores psicológicos e avaliações objetivas da função do joelho na QV. Objetivo: Verificar a relação do estado funcional, fatores psicológicos, força muscular, desempenho nos hop tests e estabilidade postural com QV em pacientes após RLCA. Métodos: Foi conduzido um estudo transversal com 131 participantes com no mínimo 6 meses de RLCA. A QV foi avaliada pelo ACL-QoL; o estado functional foi avaliado pelo International Knee Documentation Committee Subjective Knee (IKDC) e Global Rating Scale (GRS); fatores psicológicos pelo Anterior Cruciate Ligament-Return to Sport after Injury Scale (ACL-RSI) e Tampa Scale for Kinesiophobia (TSK-17); força muscular do joelho pelo dinamômetro isocinético; teste de performance pelos hop tests unipodal; e estabilidade postural pelo Biodex Balance System. Foi realizada correlação linear de Pearson e regressão linear múltipla para verificar os preditores para QV. Resultados: Os 131 participantes foram avaliados e o ACL-QoL apresentou moderada correlação com IKDC (r =.685), GRS (r =.548), ACL-RSI (r =.500) e TSK- 17 (r = -.496). O ACL-QoL apresentou correlação nula a fraca com variáveis de força, estabilidade postural e hop tests. As variáveis relacionadas ao status funcional e aos fatores psicológicos (IKDC, GRS, ACL-RSI e TSK-17) foram preditoras para a QV, explicando 56% da variação do ACL- QoL (R2 =0.561, P =.012). Conclusão: Estado funcional do joelho, prontidão psicológica e cinesiofobia foram fatores preditores para QV relacionada ao joelho em pacientes após RLCA, explicando 56% da sua variação.