A PRÁTICA DO TERROR CONTRA VEREADORAS NEGRAS ELEITAS EM 2020 SOB A ÓTICA DO AVANÇO DO FASCISMO E AUTORITARISMO NA SOCIEDADE BRASILEIRA.

Resumen

No atual momento no Brasil, vivemos sob um governo ultraneoliberal de extrema direita que há muito tem mobilizado símbolos do fascismo e tem a cada dia que passa recrudescido suas ações. Estamos imersos em profunda crise social, econômica e política, onde a maior parte dos brasileiros se encontram desesperançados, desacreditados na política e em um cenário de profunda instabilidade. No pleito eleitoral de 2020 foram eleitas 9 mil mulheres para Câmaras Municipais. Do total de vereadores e vereadoras eleitas 6,3% são mulheres negras. Porém, mal essas vereadoras negras puderam comemorar a eleição de seus mandatos, a força do racismo institucional, do autoritarismo e de elementos fascistas se colocaram diante delas. Destaco neste trabalho quatro episódios de vereadoras que sofreram ameaças de morte após serem eleitas. O que poderíamos caracterizar como inadmissível em uma democracia, começa a ficar cada vez mais frequente e existe de certa forma uma tentativa de normalizar essas práticas. Diante do exposto busco compreender se ao passo que estes novos atores sociais despontam na arena pública da política e sofrem de imediato ameaças de morte, manifestações de cunho racista e violência, podem estar associadas ao avanço do fascismo e do autoritarismo na sociedade brasileira. Para chegar a essa conclusão primeiramente apresento o cenário político e eleitoral no qual essas candidaturas se efetivaram, quais fatores contribuíram para que estes novos sujeitos entrassem na arena política, posteriormente apresento o problema em questão. Para tal busquei mobilizar as categorias do fascismo, o autoritarismo e a ideologia do terror.