GÊNERO E SEXUALIDADES: SUBVERSÕES IDENTITÁRIAS NAS VELHICES

Resumen

Os estudos que discutem sobre a velhice trazem consigo fragmentos de como historicamente o envelhecimento é marcado por limitações físicas, mentais, sexuais e, principalmente, ao processo de finitude (Debert, 2012; Aboim, 2014; Neri, 1993), demarcando modos de vida e quais pessoas estão autorizadas a vivê-los. Discutir sobre as identidades que subvertem a imagem normativa do que é ser velho é fazer jus a importância de um olhar interseccional para trazer à tona a crítica dos privilégios, opressões e multiplicidades que envolvem configurações identitárias (Nogueira, 2017). O objetivo deste estudo é discutir como idosas lésbicas, bissexuais e transexuais vivem suas expressões de sexualidades e negociam seus reconhecimentos identitários considerando os novos modos de visibilidade em torno do envelhecimento e das sexualidades não normativas. Esta pesquisa usará as narrativas de histórias de vida como “ferramenta metodológica” na pesquisa interseccional. Nesta pesquisa, pretende-se realiza um grupo de narrativas com idosas lésbicas, bissexuais e transexuais, com discussão focal sobre envelhecimento, corpo, gênero e sexualidade. Este grupo terá encontros semanais, em plataforma virtual, trazendo a proposta de leituras bibliográficas e produção textual, poética e/ou visual sobre as temáticas propostas. A chamada de participação deste grupo será a partir da experiência com grupos de idosas na ONG EternarnteSou. Pretende-se discutir sobre a velhice para além da atual realidade demográfica da população idosa ou experiências a partir de uma realidade heterosexual, levantando-se a necessidade em considerar recortes de classe, raça, expressões de sexualidades e gênero que posicionam experiências e significados distintos ao envelhecimento. Espera-se dar visibilidade a diversidade identitária e de expressões de sexualidades que envolvem o envelhecimento para que seja possível propor políticas sociais que abarquem “as velhices” em sua pluralidade.