O TEMA DO MATRICÍDIO EM CLYTEMNESTRA, A RAINHA DE MYCENAS, DE JOAQUIM NORBERTO DE SOUSA SILVA

Resumen

Os mitos da antiguidade clássica sempre estiveram presentes na dramaturgia brasileira e foram recepcionados em diversas obras, em variados contextos e por diversos autores. É o caso, por exemplo, do mito dos atridas, que foi reescrito em uma quantidade significativa de peças. Diante disso, por meio de um recorte específico, este projeto de pesquisa de doutorado visa a analisar a construção do feminino e da variável trágica em cinco reescrituras dramáticas do mito de Electra; a saber: "Clytemnestra, a Rainha de Mycenas. Tragédia em 5 actos" (1844) de Joaquim Norberto de Sousa Silva, "Electra no circo" (1944), de Hermilo Borba Filho, "Senhora dos afogados" (1947) de Nelson Rodrigues; "Clitemnestra vive" (1975) de Marcos Caroli Rezende e "Colheita de cinzas – 1941" (1986), de Ivo Bender. No entanto, para o presente trabalho, optou-se por analisar a primeira peça brasileira que retoma o mito de Electra, a já mencionada tragédia "Clytemnestra, a Rainha de Mycenas", de Joaquim Norberto de Sousa Silva. Essa obra foi publicada (de forma fragmentada) pela primeira vez no dia 15 de abril de 1844, na revista romântica Minerva Brasiliense. Posteriormente, foi a 9ª peça publicada no Archivo Theatral, editado por J. Villeneuve & C. Ao retomar a tragédia grega "Electra" de Sófocles, o dramaturgo brasileiro traz diversas inovações e alterações, levando-o a se distanciar do padrão sofocliano. É o caso do tema do matricídio, objeto de estudo da presente análise.