A GESTÃO IMAGINAL DE PABLLO VITTAR NO ESPETÁCULO MIDIÁTICO DAS VISIBILIDADES.

Autores

  • Marcio Silva Peixoto
  • FÁbio Pezzi Parode

Resumo

A ascensão de Pabllo Vittar à categoria de "ícone LGBT" do Brasil tem sido marcada por disputas em torno dos processos de significação da imagem pública da artista. Dentre as várias disputas discursivas, estão as que giram em torno do caráter identificatório de gênero de Pabllo Vittar, que, muitas vezes, operam de forma obstrutiva em relação às multiplicidades do seu devir drag. A partir da análise das publicações digitais das revistas nacionais "IstoÉ" (2018) e "GQ Brasil" (2020), que categorizaram a artista, respectivamente, como "Mulher Mais Sexy" e "Homem do Ano", aponto a mídia tradicional como uma das tecnologias de gênero (TERESA DE LAURETIS, 2019) atuantes na gestão e no controle dos imaginários culturais e midiáticos em torno da artista. Por meio de operações alterizantes que demarcam e estigmatizam a dissidência (STUART HALL, 2016) e que reforçam a ideologia dominante e os universos simbólicos relacionados ao feminino e ao masculino, e da conversão da figura da drag queen (JUDITH BUTLER, 2003) em visibilidade consumível (MARIE-JOSÉ MONDZAIN, 2017), essas tecnologias de gênero atuam como dispositivos à serviço de uma ideologia hegemônica, interditando devires insurgentes e potencialmente danosos aos axiomas intransigíveis do neoliberalismo (FÉLIX GUATTARI, 2004). Conclui-se que a polivalência da imagem da drag queen é apropriada pelas publicações de forma a reforçar a ideologia dominante do binarismo de gênero, reduzindo e ancorando a diferença de forma estereotípica e enrijecendo imaginários pré-existentes.

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Publicado

2021-01-01

Como Citar

Silva Peixoto, M., & Pezzi Parode, F. (2021). A GESTÃO IMAGINAL DE PABLLO VITTAR NO ESPETÁCULO MIDIÁTICO DAS VISIBILIDADES. Encontros Universitários Da UFC, 6(3), 1908. Recuperado de https://www.periodicos.ufc.br/eu/article/view/75031

Edição

Seção

XIV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação