CAROLINA DE JESUS EM QUADRINHOS: REPRESENTAÇÕES SOBRE A MULHER NEGRA NA GRAPHIC NOVEL CAROLINA

Resumo

A representatividade da mulher negra e seu protagonismo nas histórias em quadrinhos é historicamente pejorativa, simplória e racista. Atualmente, existem avanços e críticas denunciando como ocorre essa problemática, mas são insuficientes. No intuito de compreender como a mulher negra é representada nos quadrinhos, é oportuno pesquisar a graphic novel Carolina (2016), produzida por Sirlene Barbosa e João Pinheiro. O objetivo geral consiste em compreender as representações sobre a mulher negra no quadrinho. Os objetivos específicos são: investigar a condição social da protagonista; descrever as relações raciais presentes na história; identificar as diferenças de gênero e sua interseccionalidade com raça. A fundamentação teórica contém as contribuições de Hall (2013; 2016), Almeida (2019), Kellner (2001), Gonzáles (1979), dentre outros. A abordagem metodológica é de natureza qualitativa, do tipo bibliográfica e documental. O intuito será pesquisar o tema escolhido e analisar o quadrinho com base na pesquisa bibliográfica já sinalizada. Hipótese: os autores tiveram a pretensão de escrever a história com total fidelidade ao livro Quarto de Despejo, como forma de crítica ao racismo, ainda estruturado em toda a história do Brasil. Nos resultados parciais, o quadrinho consiste numa adaptação do livro autobiográfico Quarto de Despejo. A condição social de vulnerabilidade da protagonista é construída na arte e no texto, pois ela e sua família eram moradores da favela da zona norte de São Paulo. Os autores apenas pontuam determinados momentos da vida da protagonista. Carolina é vítima de diversas formas de violência, desde insultos até agressões, realizados por personagens masculinos. A orientação da Prof.ª Dr. ª Andréa Borges Leão foi fundamental para a elaboração desse trabalho de mestrado em Sociologia, e com apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).