CHUVA DE SEMENTES EM ÁREAS INVADIDAS POR CRYPTOSTEGIA MADAGASCARIENSIS BOJER

Resumo

As espécies invasoras são espécies cuja introdução e/ou disseminação, fora de sua distribuição natural, apresentam uma ameaça à diversidade biológica. Por meio da dispersão de suas sementes, elas conseguem fugir de predadores especializados e patógenos, espalhar os riscos encontrados em um ambiente variável, prevenir ou reduzir a competição entre gerações e encontrar locais seguros, como lacunas na vegetação onde as sementes podem germinar com sucesso e se estabelecer⁠. Estudar o fluxo de sementes de uma determinada unidade de habitat é importante porque ele vai manter uma população já estabelecida e estável ou colonizar novas áreas e aumentar o tamanho de uma população invasora. Dessa forma, tivemos como objetivo avaliar a chuva de sementes da espécie exótica Cryptostegia madagascariensis Bojer em diferentes localidades, para observar também a influência do clima. Para tal, realizamos o estudo em três sítios de monitoramento permanente da espécie invasora localizados nos municípios cearenses de Caucaia, Granja e Jaguaruana. Os sítios estão divididos em sistemas com 25 parcelas permanentes, com exceção de Caucaia que apresenta apenas 24. As coletas foram realizadas neste ano de 2021, quando foi recolhido todo o material depositado nos coletores durante o ano de 2020. Após a coleta, o material recolhido dos coletores foi levado para o Laboratório de Experimentação Vegetal da Universidade Federal do Ceará (UFC) para triagem e determinação da abundância. Encontramos um total de 711 sementes, 281 em Caucaia, 246 em Jaguaruana e 184 em Granja (média de 16 sementes/parcela). Essas abundâncias não correspondem ao "ranking" de precipitação média anual das localidades (1040mm, 1283mm, 668mm, respectivamente), sugerindo que não há uma relação clara entre precipitação e a densidade de sementes encontradas.