SEMIOSFERAS E FRONTEIRAS KIAROSTAMINIANAS

Resumen

Este trabalho busca compreender as semiosferas e as fronteiras cinematográficas do cineasta iraniano Abbas Kiarostami, no qual é marcado por uma reflexibilidade de si em suas obras e por um novo modo estético-linguístico de se fazer cinema. Para esta análise foram escolhidos os filmes: Close Up (1990), E a vida continua (1992), Através das Oliveiras (1994) e E o Vento nos levará (1999), pelo fato de possuírem uma forte presença representativa do cineasta seja na parte da atuação, usando um ator para supostamente interpretá-lo, e o diretor como autor, no qual Kiarostami deixa impresso nos seus filmes uma autoria própria e particular. A fim de entender seu estilo característico, são usados os conceitos de semiosfera e fronteiras do semioticista russo Iuri Lotman. Além das reflexões sobre a teoria do cinema do ensaísta francês Youssef Ishaghpour e do crítico cinematográfico brasileiro Jean Claude Bernardet. Já para a metodologia, utiliza-se o Atlas Mnemosyne do historiador de arte alemão Aby Warburg, que consiste em painéis de fundo preto utilizando desde fotos artísticas a panfletos comuns a fim de se compreender como essas imagens dialogam sobre um certo tema. Seguindo a ideia de Warburg foram retirados frames de cada um dos filmes que configuram pontos característicos de cada obra, mas que ao mesmo tempo são pontes de ligação entre eles, e que de certa forma, se conectam à filmografia do diretor como um todo. Com esta pesquisa é possível perceber que os filmes de Kiarostami parecem ser uma continuação do anterior, há uma diluição narrativa e uma incompletude imagética e informativa. Porém, os resultados são ainda parciais, já que integram uma perspectiva dos estudos sobre a cinematografia do cineasta Abbas Kiarostami e seu estilo fronteiriço entre o real-verdade e o ficcional-documental ao qual a pesquisadora irá desenvolver ao longo do mestrado. Tal pesquisa conta com o apoio primordial da CAPES pelo investimento financeiro às pesquisas de pós-graduação.