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DOI :

https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.95930

Mots-clés :

Cinema latino-americano; Trauma; Memória; Ditadura; Gênero fílmico.

Résumé

Este artigo analisa comparativamente os filmes Tony Manero (2008), de Pablo Larraín, e Ainda Estou Aqui (2024), de Walter Salles, sob a perspectiva dos estudos do trauma. Argumenta-se que ambas as obras representam modos distintos de elaboração do trauma coletivo infligido pelas ditaduras militares na América Latina. O primeiro filme se insere na lógica do acting out, ao encenar a compulsão repetitiva e o mal-estar social por meio de uma estética alegórica; o segundo filme opera no registro do working through, reelaborando o trauma do desaparecimento de Rubens Paiva pela encenação do drama familiar. A análise parte da distinção teórica proposta por Freud, reinterpretada por LaCapra, entre acting out e working through, e articula essa chave conceitual com elementos formais e de gênero fílmico. Conclui-se que os dois filmes, apesar das diferenças estilísticas e narrativas, se complementam ao abordar as múltiplas dimensões do trauma, mobilizando o público por meio de estratégias afetivas distintas.

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Biographie de l'auteur

Pedro Rocha de Oliveira, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Cineasta e pesquisador. Bacharel em Comunicação Social (UFC). Mestre em Sociologia (UFC). Investiga o cinema latino-americano contemporâneo, com ênfase nas relações entre corpo, violência e política.

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Publiée

2025-11-04

Comment citer

Oliveira, P. R. de. (2025). Título Padrão. Passagens: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Comunicação Da Universidade Federal Do Ceará, 16(1), 167–178. https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.95930

Numéro

Rubrique

Dossiê "Sobre a Melancolia. Estranhezas entre a Estética e a Política"