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Autori

DOI:

https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.96110

Parole chiave:

Melancolia; Desconforto queer; Patologização; Documentário; Lgbtqiapn+.

Abstract

Este artigo apresenta uma análise do filme A Gis (Thiago Carvalhaes, 2017), dedicado à Gisberta Salce, mulher transexual brasileira que foi brutamente assassinada em Portugal em 2006. A partir de documentos oficiais, reportagens e testemunhos afetivos, o filme elabora um gesto de contra-arquivo, confrontando registros institucionais com lembranças íntimas. O objetivo deste estudo é compreender como a obra mobiliza esteticamente os afetos da melancolia e do desconforto, reinscrevendo Gisberta como um sujeito de memóra. Para tanto, o artigo articula os conceitos de Luto e Melancolia em Freud (2013), melancolia como historicidade coletiva em Flatley (2008), desconforto queer em Ahmed (2013) e patologização das vidas trans em Preciado (2023). A análise evidencia que, no filme, a melancolia não se restringe a um estado psíquico indivudual, mas se converte em potência política ao denunciar processos de exclusão e apagamento. O desconforto, por sua vez, manifesta-se na inadequadação entre o corpo trans e os espaços normativos, tornando-se uma chave de leitura para os embates familiares, institucionais e sociais que estão na narrativa. Conclui-se que o filme opera como um exercício de resistência estética e política, reinscrevendo Gisberta em um luto compartilhado e transformando a melancolia em ferramenta de memória e crítica social.

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Biografia autore

Luís Fellipe dos Santos, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutorando do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UERJ e bolsista do Programa Nota 10 da FAPERJ. Pesquisador visitante em estágio doutoral na Université de Montpellier Paul-Valéry (UMPV-França) com bolsa do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (CAPES – PDSE). Mestre pelo mesmo Programa, tendo sido bolsista Programa Nota 10 da FAPERJ. É autor dos livros Faces e Fases (Editora Multifoco, 2012), Cheiro quente de café (Editora Multifoco, 2013), O ser que espera (Editora Multifoco, 2014), Duas horas e meia (Editora Multifoco, 2019), O que você deixou quando partiu sem me dizer (Editora Letramento, 2021) e Meu ato criminoso é realizar filmes – A construção do narrador na trilogia do luto, de Cristiano Burlan (Editora Multifoco, 2024), sua dissertação de mestrado.

Riferimenti bibliografici

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BERNARDET, Jean-Claude. Novos rumos do documentário brasileiro? In: Forumdoc.bh.2003 – VII Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Filmes de Quintal, 2003. p.24-27.

FLATLEY, Jonathan. Affective mapping: melancholia and the politics of modernism. Cambridge: Harvard University Press, 2008.

FREUD, Sigmund. Luto e Melancolia. São Paulo: Cosac & Naify, 2013.

PRECIADO, Paul. Dysphoria Mundi – O som do mundo desmoronando. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2023

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Pubblicato

2025-11-04

Come citare

dos Santos, L. F. (2025). Título Padrão. Passagens: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Comunicação Da Universidade Federal Do Ceará, 16(1), 179–193. https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.96110

Fascicolo

Sezione

Dossiê "Sobre a Melancolia. Estranhezas entre a Estética e a Política"