Melancolia e medo do feminino em O banho do diabo

Autori

DOI:

https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.96245

Parole chiave:

Melancolia; Feminino; Patriarcado; Cinema; Suicídio por procuração.

Abstract

O artigo se propõe a analisar, a partir dos estudos de gênero e da crítica feminista, como o filme O Banho do Diabo (2024), de Veronika Franz e Severin Fiala, representa a melancolia feminina no contexto do patriarcado do século XVIII, explorando a interseção entre fanatismo religioso e controle do corpo feminino. A obra, inspirada no fato histórico de Agnes Catherina Schickin, aborda como o suicídio por procuração foi um fenômeno que exacerbou a inação da sociedade da época diante de questões de saúde mental. Analisamos como essas reflexões se evidenciam na produção por meio da encenação e montagem e dão a ver os mecanismos de opressão às mulheres naquele contexto histórico. A linguagem audiovisual revela o processo de desumanização da personagem, de invisibilidade da dor e sofrimento.

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Biografie autore

Ana Maria Acker, Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER)

Doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestra pela mesma instituição. Professora dos cursos de Comunicação Social do Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER) e na Especialização em Mídia e Educação da UAB/Unipampa. É bacharela em Comunicação Social - Jornalismo e especialista em Cinema pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Realiza pesquisas sobre o gênero horror no cinema e audiovisual, cinema brasileiro, experiência estética, tecnologia, imagem e Jornalismo (desinformação e televisão).

Muriel Rodrigues de Freitas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Doutora em História pela PUCRS e mestre pela UFRGS, com pesquisas voltadas à história das mulheres, loucura e cinema de terror. Desenvolve interfaces entre teoria feminista, práticas discursivas e produção audiovisual, optando por uma abordagem crítica e sensível ao gênero. É professora da Educação Básica e atua como roteirista e diretora de documentário em sua dissertação de mestrado. Analisa o cinema como tecnologia de gênero e integra grupos de pesquisa interdisciplinares nas áreas de história, gênero e educação.

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Pubblicato

2025-11-04 — Aggiornato il 2025-11-07

Versioni

Come citare

Acker, A. M., & Freitas, M. R. de. (2025). Melancolia e medo do feminino em O banho do diabo. Passagens: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Comunicação Da Universidade Federal Do Ceará, 16(1), 84–111. https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.96245 (Original work published 4 novembre 2025)

Fascicolo

Sezione

Dossiê "Sobre a Melancolia. Estranhezas entre a Estética e a Política"