Melancolia e medo do feminino em O banho do diabo
DOI:
https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.96245Parole chiave:
Melancolia; Feminino; Patriarcado; Cinema; Suicídio por procuração.Abstract
O artigo se propõe a analisar, a partir dos estudos de gênero e da crítica feminista, como o filme O Banho do Diabo (2024), de Veronika Franz e Severin Fiala, representa a melancolia feminina no contexto do patriarcado do século XVIII, explorando a interseção entre fanatismo religioso e controle do corpo feminino. A obra, inspirada no fato histórico de Agnes Catherina Schickin, aborda como o suicídio por procuração foi um fenômeno que exacerbou a inação da sociedade da época diante de questões de saúde mental. Analisamos como essas reflexões se evidenciam na produção por meio da encenação e montagem e dão a ver os mecanismos de opressão às mulheres naquele contexto histórico. A linguagem audiovisual revela o processo de desumanização da personagem, de invisibilidade da dor e sofrimento.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ACKER, Ana Maria. O dispositivo do olhar no cinema de horror found footage. 2017. 218 f. Tese (Doutorado em Comunicação) –, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.
BAZIN, André. O Cinema – ensaios. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.
BORDWELL, David. Figuras traçadas na luz. Campinas: Papirus, 2008.
BORDWELL, David. Sobre a História do estilo cinematográfico. Campinas: Editora da Unicamp, 2013.
BURTON, Robert. A anatomia da melancolia. São Paulo: Editora UNESP, 2018.
CASTEL, Robert. A ordem psiquiátrica: a idade de ouro do alienismo. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1978.
CLASEN, Mathias. Why Horror Seduces. New York: Oxford University Press, 2017.
DE LAURETIS, Teresa. Tecnologias do gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 206-242.
DIDI-HUBERMAN, Georges. A invenção da histeria: Charcot e a iconografia fotográfica da Salpêtrière. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.
DOTY, Alexander; INGHAM, Patricia Clare. The Witch and the Hysteric: the Monstrous Medieval in Benjamin Christensen’s Häxan. New York: Punctum Books, 2014.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. 7. ed. São Paulo: Loyola, 1997.
FOUCAULT, Michel. História da loucura na idade clássica. Tradução de José Teixeira Coelho Netto. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 15. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2008.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. 16. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FREITAS, Muriel Rodrigues de. Irmã, por que há sangue saindo da sua cabeça? Discursos sobre a loucura feminina nos filmes O que terá acontecido a Baby Jane?, O bebê de Rosemary e O exorcista. 2023. 234 f. Tese (Doutorado em História) –, Programa de Pós-Graduação em História, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2023.
GINZBURG, Carlo. História noturna: decifrando o sabá. Tradução de Hildegard Feist. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
LEVACK, Brian P. A caça às bruxas na Europa: 1450-1750. 3. ed. São Paulo: Editora UNESP, 2018.
PRIMATI, Carlos. Tempo de horror: uma introdução ao cinema da morte. In: GARCIA, Demian (Org.). Cinemas de Horror. São José dos Pinhais: Editora Estronho, 2016.
REYES, Xavier Aldana et al. Horror: a literary history. London: The British Library, 2016.
SCHIESARI, Juliana. The Gendering of Melancholia: feminism, psychoanalysis, and the symbolics of loss in Renaissance Literature. Ithaca: Cornell University Press, 1992.
STUART, Kathy. Suicide by Proxy: The Unintended Consequences of Public Executions in EighteenthCentury Germany. Central European History, v. 41, n. 3, 2008, p. 413-445.
SZASZ, Thomas. A fabricação da loucura: um estudo comparativo entre a Inquisição e o movimento de Saúde Mental. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
TARKOVSKI, Andrei. Esculpir o tempo. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
WILLIAMS, Linda. Film bodies: gender, genre, and excess. Film Quarterly, v. 44, n. 4, p. 2-13, 1991.
##submission.downloads##
Pubblicato
Versioni
- 2025-11-07 (2)
- 2025-11-04 (1)
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2025 Ana Maria Acker, Muriel Rodrigues de Freitas

TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam o material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
