Rastreio de neoplasia intraepitelial anal em mulheres imunocompetentes: revisão integrativa

Abstract

Objetivo: Revisar a prevalência de lesão intraepitelial anal e seus métodos de rastreio em mulheres imunocompetentes. Métodos: Revisão de literatura na base de dados PubMed, utilizando os descritores “anal cancer”, “anal dysplasia”, “anal intraepithelial neoplasia”, “anus neoplasms”, “screening”, “women” e “prevalence”. Os critérios de inclusão foram artigos originais e de revisão abordando prevalência ou métodos de rastreio de câncer anal em mulheres imunocompetentes. Os critérios de exclusão foram artigos abordando pacientes exclusivamente imunocomprometidos, sexo masculino e LGBT+. Resultados: A incidência de câncer anal ao longo das décadas vem aumentando, principalmente nas populações de risco, sendo a prevalência maior em mulheres do que em homens. Mulheres tratadas com lesão intraepitelial cervical apresentaram risco aumentado para câncer cervical. A infecção pelo HPV cervical e anal têm alta correlação. O aumento do risco para neoplasia intraepitelial anal (NIA) associa-se a tabagismo, infecção por HIV, transplante de órgãos, terapia imunossupressora, múltiplos parceiros, coito anal, história de verrugas genitais, mulheres com HPV antes dos 30 anos, história de câncer vulvar, vaginal ou cervical. Há potencial para uso de vacina do HPV para redução de câncer de células escamosas anal. Conclusões: O câncer de células escamosas anal vem aumentando sua prevalência nas últimas décadas, sendo mais frequente em mulheres do que em homens. O rastreio não é universalmente aplicado, mas as últimas evidências reforçam a necessidade de estabelecer o rastreio na população de risco com citologia e teste de HPV.