Marx crítico de Hegel: para além da democracia como consciência infantil da razão

Autores/as

  • Júlia Lemos Vieira Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.30611/2013n3id5133

Resumen

Hegel buscou em seus Princípios da Filosofia do Direito uma resolução para a antinomia moderna entre Estado e sociedade civil esboçada numa Filosofia da História particular, a qual desenvolvera uma irreconciliável oposição entre liberdade real e democracia. Tais Princípios logo chamarão a atenção do Marx republicano no momento em que este tensionava-se com a dialética hegeliana e os movimentos comunistas que insurgiam na França. Para Hegel, a razão mais filosófica teria ultrapassado o momento da República Democrática porque esta fora a razão em sua consciência infantil obrigando-a a realizar-se absolutamente consciente apenas numa unidade madura de uma Monarquia Constitucional. Para Marx, entretanto, a irrevogabilidade da perdição da inocência de Hegel é antes a admissão de uma irrevogabilidade do domínio da propriedade privada, a qual fundamentara a ilusão de uma solução formal como solução real. A Crítica à Filosofia do Direito de Hegel de Marx indicará que apenas a dissolução do interesse público como uma forma em si traria a liberdade humana efetiva e que o aprofundamento da democracia demandaria justamente tal dissolução ao desenvolver a dissolução da propriedade privada em seu caráter de interesse público.

Biografía del autor/a

Júlia Lemos Vieira, Universidade de São Paulo

Doutoranda em Filosofia na Universidade de São Paulo (USP). Professora Convidada no Departamento de Publicidade e Propaganda na Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC-GO.

Publicado

2016-10-06

Número

Sección

Artigos Fluxo Contínuo