O BARROCO E SEU DIÁLOGO COM A CONTEMPORANEIDADE

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Resumo

Sem se prender aos enunciados que nossa cultura proferiu sobre o Barroco, seu estilo, sua estética, seus traços históricos, sua relação com a sociedade colonial, no caso brasileiro, este texto pretende relacionar o caráter inquietante e inabitual dessa tendência dos seiscentos e setecentos aos movimentos da arte contemporânea. Talvez o barroco seja realmente desorganizado, exibicionista, irregular, ridículo, conforme o estigmatizou a codificação do bom-gosto, mas certamente seu caráter sedutor provém dessa estética do exagero e do desperdício, dessa linguagem que se compraz no suplemento, na demasia, no escamoteamento do objetivo, em detrimento da palavra comunicativa, econômica, austera. O diálogo da arte contemporânea com o barroco tem a ver com a ideia de vertigem, de desmesura, de trompe l’oeil, que faz das manifestações artísticas atuais, em grande parte, algo fora dos programas, dos projetos, das metanarrativas da metafísica ocidental. É nesse sentido que falamos de um olhar barroco, uma escuta barroca, um pensar barroco, um sentir barroco, afinal.


Biografia do Autor

Cid Ottoni Bylaardt, Universidade Federal do Ceará (UFC)

prof. Associado II da UFC

BOlsista de Produtividade N2 do CNPq

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Publicado

2018-07-27