As vicissitudes das imagens no reconhecimento das metamorfoses: tessituras críticas
Palavras-chave:
imagem, reconhecimento, identidade, psicologia social críticaResumo
No presente ensaio, tecemos considerações sobre as vicissitudes que envolvem os usos das imagens na contemporaneidade e suas relações com a construção da identidade humana, compreendida como em constante metamorfose. Nosso objetivo é discutir as peculiaridades performáticas da exposição da intimidade pelas condições providas pelas tecnologias virtuais atuais. Trata-se de um empreendimento de discussão teórica com intelectuais contemporâneos dos campos de saber da Psicologia Social Crítica, Comunicação Social e Sociologia. A princípio, situamos o papel das tecnologias contemporâneas e o fenômeno atual de exposição da intimidade. Em seguida, tratamos dos efeitos performáticos na publicização da vida pelos circuitos imagéticos. Chegamos à discussão sobre os jogos de interesses envolvidos na construção de perspectivas de visibilidade e reconhecimento da identidade, privilegiando as condições para suas metamorfoses. Por fim, trouxemos discussões sobre viabilidade crítica de uso de imagem em investigações sobre identidade quando analisamos auto-retratos.Downloads
Referências
Agamben, G. (2008). Infância e História - Destruição da Experiência da História - Col. Humanitas. Belo Horizonte: Ed. UFMG.
Almeida, J. A. M. (2005). Sobre Anamorfose: identidade e emancipação na velhice. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Almeida, F. (2016). Autoexposição e imagens: uma análise do fenômeno selfie na sociedade de consumo. Dissertação de Mestrado.Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará, Ceará.
Almeida, F., Severiano, M. F. V. (2017). Selfie e teoria crítica: considerações acerca do trabalho com imagens em psicologia.Revista de Psicologia. Fortaleza, 8 (1).
Aumont, J. (1993). A Imagem. Campinas: Papirus.
Aumont, J. (2006). O Cinema e a Encenação. Lisboa: Edições Texto & Grafia Ltda.
Baxandall, M. (1991). O olhar renascente. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Bellour, R. (1997). Entre-imagens. Campinas: Papirus.
Benjamin, W. (1987). Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense.
Benjamin, W. (2012). A imagem de Proust. In: Benjamin, W. Obras escolhidas I: Magia e técnica – Arte e política. São Paulo: Brasiliense.
Bruno, F. (2013). Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina.
Carneiro, J. S. (2016). Fotografia e memória autobiográfica no facebook: narrativas de
si mediadas pela imagem. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, Brasil.
Carneiro, J. S.; Germano, I. M.P. (2017). Memória e sites de redes sociais:Midiatização da imagem em recordações E narrativas autobiográficas.Revista de Psicologia, Fortaleza, 8 (1).
Ciampa. A. C. (2002).Políticas de Identidade e Identidades Políticas. In, Dunker, C. I. L.; Passos, M. C. (orgs). Uma Psicologia que se interroga: ensaios. São Paulo: Edicon.
Didi-Huberman, G.(2013). A Imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo AbyWarburg. Rio de Janeiro: Contraponto.
Chauí, M. (1980). Cultura e democracia. São Paulo: Moderna.
Flusser, V. (1998). Do Espelho. In: Ficções Filosóficas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/57238668/Do-Espelho-Vilem-Flusser>. Acesso em: 10 jul. 2017, pp. 67-71.
FLUSSER, V. (2011). Filosofia da caixa preta: ensaios para uma filosofia da fotografia. São Paulo: Annablume, 2011.
Gombrich, E. H. (1993) La imagem y elojo. Madrid: Alianza Editorial.
Gonçalves Neto, J. U. ; Lima, A. F. (2010). Reconhecimento social, identidade e linguagem: primeiros fragmentos de uma pesquisa sobre perspectivas teóricas atuais no contexto da Psicologia Social. Revista Psicologia e Saúde, 2 (1).
Habermas, J. (2001). Teoria de laacción comunicativa: complementos y estúdios previos. Madrid, Catedra.
Habermas, J. (2014). Mudança estrutural da esfera pública: investigações sobre uma categoria da sociedade burguesa. São Paulo: Editora Unesp.
Habermas, J. (2015). A nova obscuridade. São Paulo: Editora Unesp.
Lévy, P. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34.
Lima. A. F. (2010). Metamorfose, Anamorfose e Reconhecimento Perverso: a identidade na perspectiva da Psicologia Social Crítica. São Paulo: FAPESP, EDUC.
Lima, A. F.(2012). Psicologia Social Crítica: Paralaxes do Contemporâneo. Porto Alegre: Sulina.
Lima, A. F.(2014). História oral e narrativas de história de vida: a vida dos outros como material de pesquisa. In: Lima, A. F. ; Lara Junior, N. (orgs.). Metodologias de Pesquisa em Psicologia Social Crítica. Porto Alegre: Sulina.
Lima, A. F.; Ciampa, A. C. ; Almeida, J. A. M.(2009). Psicologia Social como Psicologia Política? Uma discussão acerca da relação entre teoria, prática e práxis.Revista Psicologia Política (Impresso), 9(18).
Mekas, J. (1972). Movie Journal: The Rise of a New American Cinema, 1959-1971. New York: Collier Books.
Neves, E. (2016).O Auto-Retrato: Fotografia e subjectivação. Lisboa: Palimpsesto, Editora.
Rancière, J. (2010). O espectador emancipado. São Paulo: Martins Fontes.
Severiano, M. F. V. (2001). Narcisismo e Publicidade: uma análise psicossocial dos
ideais do consumo na contemporaneidade. São Paulo: Annablume.
Sibilia, P. (2006). A desmaterialização do corpo: da alma (analógica) à informação (digital). Comunicação, Mídia e Consumo, 3(6).
Sibilia, P. (2008). O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Sibilia, P. (2009). En busca del aura perdida: Espectacularizarlaintimidad para ser alguien.Psicoperspectivas: Individuo y Sociedad, 8(2).
Sibilia, P. (2012). A construção de si como um personagem real: autenticidade intimista e declínio da ficção na cultura contemporânea.Eco (UFRJ), 15(3).
Sibilia, P. (2015). O universo doméstico na era da extimidade: Nas artes, nas mídias e na internet.Revista Eco-Pós (Online), 18(1).
Silva Junior, N. (1999). O abismo da fonte do olhar.Percurso, 7 (23).