Michel Foucault e a ambiência fenomenológica francesa: advento de suas primeiras impulsões filosóficas
DOI:
https://doi.org/10.36517/arf.v17i1.94776Palavras-chave:
Foucault. Fenomenologia. Psicologia.Resumo
Os primeiros escritos do jovem Foucault foram impulsionados pela profícua corrente fenomenológica que embalava novos adventos à filosofia francesa, constituindo o Zeitgeist da cultura europeia do início do século XX, de caráter husserliano-marxista, em superação às tendências freudiano-marxistas. A fenomenologia de Edmund Husserl impactou de tal modo, em particular os franceses, a ponto de ter desembocado na realização de palestras na Universidade de Sorbonne, proferidas por seu criador, em que veiculava a amostragem de suas reflexões metodológicas e suas repercussões esperadas e/ou já em curso, através de uma inflexão em que se buscava condições de possibilidade para superação da fase de meras ciências explicativas de fatos, de cunho naturalista, para que além delas, ou mesmo complementarmente a elas, se propiciasse o advento de ciências compreensivas, de maneira a dar conta dos objetos de reflexão que são da ordem do espírito, como é o caso das ciências humanas em geral, e em particular a psicologia, o que veio a se tornar a obra síntese do pensamento fenomenológico, as Meditações cartesianas (2024). Proferidas em 1931, Husserl ali expôs o projeto de sua vida em que busca estabelecer uma fundamentação filosófica para a ciência, baseado na análise da consciência intencional e na experiência subjetiva, numa virada transcendental que posteriormente veio a ser superada a partir da constatação da crise em que se encontravam as ciências europeias, através das reflexões relativas ao mundo-da-vida (Lebenswelt) e do conceito de intersubjetividade, cuja fase de seu pensamento ficou denominada como Crise.
Downloads
Referências
BINSWANGER, Ludwig. The existential analysis school of thought. In: MAY, Rollo et all. Existence: a new dimension in psychiatry and psychology. New York: Basic Books, 1958.
FOUCAULT, Michel. Binswanger et l’analyse existentielle. Paris: Gallimard; Seuil, 2021a.
FOUCAULT, Michel. Critical Theory/Intellectual history. Entrevista com Gerard Raulet. In: Politics, philosophy, culture: interviews and others writings. 1977-1984. New York: Routledge, 1988.
FOUCAULT, Michel. Dream, imagination, and existence: an introduction to Ludwig Binswanger “dream and existence” Review of existential psychology and psychiatry, London, v 19, n 1, p. 29-85, 1984-1985.
FOUCAULT, Michel. Phénoménologie et psychologie. Paris: Gallimard; Seuil, 2021b.
FOUCAULT, Michel. The return of morality. In: LOTRINGER, Sylvère (Ed.). Foucault live. Trad. by John Johnston. New York: Semiotex(e), 1989.
FREUD, Sigmund. Obras completas volume 18: O mal-estar na civilização e outros textos. 1930-1936. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2010.
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis: Editora Vozes, 2015.
HUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas. Precedido de conferências de Paris. Lisboa: Edições 70, 2024.
HUSSERL, Edmund. Psychologie Phénoménologique (1925-1928). Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, 2001.
JASPERS, Karl. Psicopatologia geral: psicologia compreensiva, explicativa e fenomenologia. Rio de Janeiro: Atheneu, 1979.
KIERKEGAARD, Soren. Conceito da angústia. São Paulo: Casa Publicadora Paulista, 2024.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. Rio de Janeiro: WMF Martins Fontes, 2018.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Phenomenology of perception. London: Routledge and Kegan Paul, 1962.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 José Olinda Braga

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos (SOBRE COPYRIGHT E POLÍTICA DE ACESSO LIVRE):
1. Autores mantém OS DIREITOS AUTORAIS concedidos à revista OU Direito de Primeira Publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado à Atribuição de Licença Creative Commons (CC BY) que permite o compartilhamento dos trabalhos com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm permissão para aceitar contratos, distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (por exemplo: publicar no repositório institucional ou como um capítulo do livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (por exemplo: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) mesmo durante o processo editorial, haja visto que isso pode aumentar o impacto e citação do trabalho publicado.






._._3.png)
._._._.png)