A influência do lucro residual operacional no retorno das ações: Uma evidência empírica da B3 S/A
DOI:
https://doi.org/10.36517/contextus.2025.94001Palavras-chave:
lucro residual, desempenho operacional, retorno de ações, RNOA, WACCResumo
Contextualização: Entre os indicadores contábeis mais relevantes para a compreensão das características das empresas e para a tomada de decisões, destaca-se o uso de métricas focadas nas atividades operacionais. Essas métricas podem sugerir maior eficiência na predição dos retornos das ações, uma vez que contemplam transações essenciais dos negócios, além de fornecerem uma visão mais precisa da situação da empresa.
Objetivo: O objetivo do estudo foi investigar o poder explicativo do lucro residual operacional, mensurado a partir do retorno sobre os ativos operacionais líquidos (RNOA) e do custo médio ponderado de capital (WACC) das companhias, sobre o retorno das ações, tendo como hipótese a existência de relação significativa entre o retorno das ações e o lucro residual operacional.
Método: Os dados das empresas listadas na B3, exceto financeiras, holdings, fundos imobiliários e participações, foram coletados do sistema Refinitiv Eikon © entre o período de 2015 e 2022, com amostra final de 1224 observações. Para análise dos dados, utilizou-se ferramentas estatísticas como análise descritiva, matriz de correlação, regressão quantílica e séries temporais.
Resultados: Os resultados evidenciam que o lucro residual operacional explica o retorno das ações nos quantis 0,25 e 0,75, sugerindo o poder preditivo da métrica desenvolvida no estudo. O efeito da Covid-19 se mostrou relevante em todos os quantis, indicando a relevância da pandemia para o mercado financeiro. A comparação de Séries Temporais revelou que o retorno segue a mesma tendência do lucro residual operacional ao longo do período analisado, com exceção dos anos de 2017 e 2022.
Conclusões: O estudo contribui para o enriquecimento da literatura contábil, ao trazer uma nova métrica de pesquisa para o Brasil, bem como contribui para o mercado financeiro, uma vez que, a partir da utilização da ferramenta, é possível subsidiar a tomada de decisão dos investidores, analistas financeiros e gestores.
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